sábado, 30 de julho de 2011

LAVA-TE SETE VEZES


LAVA-TE SETE VEZES

“Então Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será curada e ficarás purificado. Porém, Naamã muito se indignou, e se foi, dizendo: Eis que eu dizia comigo: Certamente ele sairá, pór-se-á em pé, invocará o nome do SENHOR seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e restaurará o leproso. Não são porventura Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles, e ficar purificado? E voltou-se, e se foi com indignação. Então chegaram-se a ele os seus servos, e lhe falaram, e disseram: Meu pai, se o profeta te dissesse alguma grande coisa, porventura não a farias? Quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te, e ficarás purificado. Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado.” II Reis 5:10-14

a) A Situação de Naamã

A Bíblia se refere a Naamã como faz com poucos homens, destacando diversas qualidades que este possuía. Afirma, entre outras coisas, que ele era "grande diante de seu senhor", o que quer dizer que, por seu empenho, bravura e fidelidade, aquele general havia adquirido para si a confiança de seus superiores e, certamente, a admiração de seus subordinados. As conquistas e vitórias alcançadas por Naamã possivelmente fizeram dele uma pessoa que era confundida com a própria instituição que comandava.

Olhando para alguém tão importante e poderoso, ninguém podia imaginar que, acostumado que estava a ser vencedor em suas guerras, Naamã tivesse qualquer dificuldade. Não parecia haver para ele problema que fosse impossível e sua vida deveria ser fácil e sem transtornos.

Porém Naamã convivia com um sério oponente. Nos conta a Bíblia que ele sofria de um mal incurável para a medicina de sua época. Por essa enfermidade, Naamã percebia que tinha limites, pois era um homem de carne e osso.

Ter poder de decisão sobre muitos assuntos às vezes faz com que o homem seja confundido com alguém que tem a solução para todo tipo de problemas. Às vezes os problemas pessoais que enfrentamos nos ajudam a ter consciência de nossas fraquezas e limitações.

Aconselhado por uma jovem serva de sua mulher, Naamã vai em Israel para se encontrar com o profeta Eliseu.

Meus amados, muitas vezes o homem cheio de razão e apego à sua tradição é confrontado pela voz da”serva”, uma menina . O Espirito Santo, está , ainda nesses últimos momentos da historia da humanidade, servindo com sua voz doce , como uma criança. Ele tem convencido o homem racional que : há uma salvação no “ Jordão’’, em Jesus.

1 - A Indignação de Naamã

Eliseu sabendo que Naamã chegara à sua casa, não lhe apareceu, mas somente mandou um mensageiro, dizendo: “...Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne te tornará e ficarás purificado...”

Naamã era um homem que seguia a religião de seu rei, acostumado aos atos cerimoniais utilizados pelos seus ministrantes, consistindo de ações mecânicas e visuais ditadas por fórmulas para impressionar o adorador - a que chamamos de liturgia, e fica indignado, pois no seu anseio e no seu entender ele deveria proceder alguns rituais e se foi dizendo: Eis que eu dizia comigo mesmo:

“...Certamente ele sairá, por-se-á em pé, e invocará o nome do Senhor seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e restaurará o leproso.”

Em seguida considerou a insignificância daquela nação e de seu povo, diante da supremacia da Síria sobre o mesmo, e achou que as águas do Jordão eram muito menos importantes que os rios de Damasco e disse:

“...Não são porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? não me poderia eu lavar neles, e ficar purificado? E voltou-se e se foi com indignação.”

2 - A Liturgia

O homem, ainda que sincero e valoroso, guarda as tradições que recebeu de seus pais e de sua nação, mormente quando seu País goza de uma hegemonia econômica e cultural elevada em relação aos demais. Ainda que tenha temor de Deus e conhecimentos bíblicos, os recursos avançadíssimos de que dispõe - onde nada terreno lhe falta, os impulsiona a uma forte tendência de confiar na estrutura cultural em que foi criado, mesmo quando está doente. Isso está impregnado em sua mente.

Assim, cuidando buscar o espiritual, ele quer ver uma expressão materializada para sua cura: a fórmula litúrgica.

3 - A Simplicidade do Evangelho: O Poder de Deus

Por isso é difícil crer que o Senhor, Deus verdadeiro, não precisa de nada disso para realizar a sua obra, que usa o menor quando o maior está comprometido, o simples para confundir o sábio.

Então diante de Naamã (o grande), seus servos(o pequeno) - mas sábios para Deus, disseram:

“...Meu pai, se o profeta te dissera alguma grande coisa, porventura não a farias: quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te, e ficarás purificado.”

4 - Lava-te Sete Vezes

O homem que não conhece o projeto de Deus, acostumado ao culto litúrgico que herdou de seus pais e da tradição, tem um complexo de opressões de que precisa ser libertado e o Profeta quando o manda lavar-se sete vezes, fala da purificação total (perfeita) de seus problemas, para que ficasse completamente curado. Parece que é um problema simples, mas o homem está travado dentro de um conjunto:

1º Vaidade – “Ele saírá”

Naamã tinha mentalidade de homem soberano, onde Deus é representado por homens que lhe obedecem e sentiu a sua vaidade ferida porque o Profeta não foi recebê-lo e só mandou um recado. Era a primeira coisa que precisava ser lavada (purificada).

b) 2º Orgulho – “Ficará de pé”

Naamã entendia que em segundo lugar o Profeta deveria ficar de pé, na sua presença, por se tratar de uma grande autoridade, um general, pois na sua terra ele seria reverenciado dessa forma. Era o segundo mergulho para purificação de seu orgulho.

c) 3º Presunção – “Invocará o nome de seu Deus”

No sistema litúrgico que conhecia ele precisava ouvir o profeta invocar o nome do seu Deus: Ele (Naamã) mandava e profeta obedecia, o profeta invocava e o seu deus obedecia (era o seu sistema). Em Israel, com o Deus verdadeiro não era assim, essa presunção precisava ser lavada nas águas do Espírito Santo (3º mergulho);

d) 4º Religião – “Passará a mão sobre o local”

Tratava-se de seus conceitos de convivência com o material, ele teria que passar a mão e ele sentir o toque material, porque sua religião era todo no material. Esse conceito precisava ser purificado no 4º mergulho;

e) 5º Mérito – “Restaurará o leproso”

Não entendia que a purificação junto ao povo de Deus tratava-se de uma operação do Senhor, seu entendimento era que os atos materiais trariam a solução, visto que ele tinha méritos para isso: era uma boa pessoa, um bom general, um bom servidor dentro dos padrões de sua terra. Deveria entender que o homem não tem mérito nenhum na purificação do 5º mergulho;

f) 6º Razão – “Abana e Farpar”

Naamã disse que os rios de Damasco Abana e Farpar, eram melhores do que o “insignificante” Jordão de Israel. Aqui há 1 rio, lá em Damasco nós temos dois muito melhores : Noção de mais de um salvador, de mais de um Deus. Na sua razão, Damasco está mais adiantado em cultura, em ciência e outras coisas muito mais que Israel, em em religião também. Essas razões humanas seriam purificadas no 6º mergulho;

g) 7º Rebeldia – “Voltou-se indignado”

Tudo que pensava foi contrariado. Não era capaz de aceitar uma orientação de Deus. Seu sistema composto de vaidade, orgulho, conceitos religiosos o deixou revoltado e voltava com sua lepra para a Síria. A sua rebeldia era maior que o seu desejo de cura.

5 - A Cura - O Homem Convertido

Quando seus servos lhe disseram: Se o profeta pedisse uma coisa grande o senhor não faria? Naamã se entrega e desce Jordão.

Quando desce ao Jordão, em cada mergulho ele recebe uma libertação: primeiro da vaidade, depois do orgulho, depois da presunção, depois da religião, depois do mérito, depois da razão e por fim da rebeldia, e fica completamente restaurado.

Então Naamã purificado da lepra, convertido, com novo entendimento, confiando agora não no sistema religioso e material que aprendeu junto aos seus, mas conhecendo o Deus eterno, volta a Eliseu e diz:

“...Eis que tenho conhecido que em toda a terra não há Deus senão em Israel...” II Reis 5:15

o A Verdadeira Adoração

Naamã compreende a verdadeira adoração, que seus atos litúrgicos na religião de seu rei não leva à necessidade interna do homem, compreende que a obra de Deus é por fé e realizada pelo poder de Sua Palavra (não no material).

6 - O Verdadeiro Leproso (Falso Adorador)

Eliseu não aceita a recompensa de Naamã, mas Geazi corre atrás dele e recebe dele bens: 2 talentos de prata e 2 mudas de vestidos, retorna para casa, e chega ao profeta como se nada tivesse acontecido.

Eliseu lhe pergunta: Donde vens Geazi?

E Geazi responde com palavras dissimuladoras, evasivas (não disse nada) que o denunciou, próprias de quem está comprometido, de mau crente: Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte.

Eliseu então declara a situação dele: Moço do profeta, mas não era profeta; fala do caminho, mas não anda no caminho; sua mente está envolvida e tomada do material. Ele tomou 2 talentos de prata e 2 mudas de vestidos, mas Eliseu - profeta, revela o que estava no seu coração:

Era o verdadeiro leproso; sua adoração não era sincera; no seu coração só existia: material, material, material; mente profissional - leprosa, que usa de tudo para ganhar, até das coisas de Deus.

7 - Geasi aceitou de Naamã algo que ele não tinha experiência:

· 2 talentos de prata – Ele não tinha uma experiência com a salvação ( prata é tipo da salvação );

· Vestes – É tipo do louvor ( vestes de louvor)- Ele não tinha uma experiência profunda com Deus a ponto de ser grato. Vestes também indicam : Nova Vida !!! Nova aparencia.

O problema maior é que : as pessoas tem buscado isso com Naamã. Na razão, No sentimento religioso, nos movimentos cheios de emoção, etc. Geasi são os crentes dessa ultima hora. Deixam o profético, não ouvem a revelação e procuram o movimento que se afasta de Israel e caminha para a Síria ( mundo e perdição).

A adoração a Deus consiste em uma experiência viva com Ele. A liturgia é uma fórmula material que não alcança a revelação, por mais inteligente que seja o homem e por mais avançada que seja sua nação.

O Senhor não precisa de homens superdotados para realizar a sua obra, mas usa aqueles que se dispõem a obedecê-lo e buscar uma experiência com ele.

Há muitos homens na liturgia, no partidarismo, no individualismo, transmitida a eles por tradição, que virão às águas do Espírito Santo para uma experiência com Deus.

Há também alguns que terão a sua parte com Geazi, acomodando-se ao presente século.

A Paz do Senhor Jesus !!!

Gabriel Felipe M.Rocha

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