quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A TRINDADE 2

A TRINDADE - PARTE 2

(CONTINUAÇÃO)

Esclarecendo termos mal interpretados Alguns grupos, como as TJ, se perdem na terminologia das Escrituras, dando significados errôneos a certos termos aplicados a Jesus Cristo, como por exemplo: primogênito, unigênito, princípio da criação e Filho de Deus. Tal equívoco se dá devido ao fato de desconhecerem regras de uma boa hermenêutica (interpretação) bíblica, e assim, separam esses termos de seu contexto imediato ou local e o geral, bem como histórico e gramatical, e querem que afirmem aquilo que originalmente não significavam no texto bíblico. Eis alguns exemplos:

Primogênito (Colossenses 1:15) — Longe de significar nesse texto "primeiro criado" ou "o primeiro de uma série", o termo "primogênito" é um título que indica preeminência ou primazia, apontando assim para a soberania de Cristo sobre a criação, pois segundo os versículos seguintes, ele criou todas as coisas; não podendo ser, portanto, uma criatura (veja 2.1.3. – letra c). Outro ponto importante é que esse texto de Colossenses é uma aplicação do Salmo 89:27, que é messiânico. Originalmente foi aplicado ao rei Davi, que era o caçula de sua família (Salmo 89:20); no entanto, segundo esse salmo, Deus o colocaria como "primogênito", e explica o porquê: "O mais excelso dos reis da terra", que equivale ao título "rei dos reis" (Apocalipse 17:14). Que a idéia de soberania está implícita, basta conferir 1º Samuel 10:1, onde Samuel diz a Davi que Deus o ungiu para ser o líder ou chefe de Israel. Assim, o termo primogênito fala da posição soberana de Cristo sobre tudo e todos, e não que ele seja o primeiro de um série.

Unigênito (João 3:16) — Este título fala da singularidade de Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus. Ele é único, não há ninguém semelhante a ele (Judas 4). Essa palavra é composta por mono (único) + genus (tipo, espécie). A ênfase, portanto, está na primeira parte: único , o que implica na idéia de singularidade, tal como acontece com Hebreus 11:17. Neste texto, Isaque é chamado de unigênito de Abraão. Ora, sabemos que Abraão não tinha apenas a Isaque como filho, não podendo ser ele, a rigor, o único filho. Aliás, Ismael era o primogênito. Isso mostra, portanto, que o termo "unigênito" abarca outros significados. Em que sentido, então, Isaque era o unigênito? Porque ele era o único e singular filho de Abraão. A idéia de um relacionamento íntimo e diferencial entre pai e filho está implícita na

passagem; logo, não está em questão a ordem de nascimento de Isaque, mas sua posição diante do pai, sua singularidade. O mesmo se dá com Cristo em relação ao Pai. Sendo, então, "primogênito" e "unigênito", torna-se o "herdeiro de todas as coisas", sustentando, ele mesmo, "todas as coisas pela palavra do seu poder" (Hebreus 1:2, 3).

Princípio da criação (Apocalipse 3:14) — A palavra grega arché, traduzida por princípio em muitas traduções da Bíblia, também significa "governador", "soberano", "origem". Assim, já que diversas passagens bíblicas atestam a eternidade de Cristo, posto ser ele o criador e sustentador de todas as coisas (Colossenses 1:16, 17; Hebreus 1:3), fica evidente que entender arché como o "primeiro de uma série", nesse caso em particular, seria pedir demais. Se ele criou todas as coisas e as sustenta, o termo "origem" cai como uma luva no contexto imediato e mais amplo. É assim que o termo princípio deve ser entendido em Apocalipse 3:14. Essa é, aliás, a forma traduzida pela versão espanhola La Bíblia de Estudio "Dios Habla Hoy". É bom também lembrar que na Tradução do Novo Mundo a expressão arché é usada em relação a Jeová (Apocalipse 22:12), sendo entendida como fonte, origem, começo; embora seja evidente, pelo contexto, que arché aplica-se ao Senhor Jesus Cristo, pois ele também é descrito assim em Colossenses 1:18. De qualquer forma, nenhum dos termos supracitados podem ser usados para defender a idéia de que Jesus seja um ser criado.

Filho de Deus (Marcos 1:1) — Esse termo geralmente é usando para indicar a inferioridade do Filho em relação ao Pai, pois um filho não pode ser igual ou maior que seu pai. Ora, isso não faz o menor sentido, pois Jesus é chamado de "filho de Maria" (Marcos 6:3); "Filho de Davi" (Marcos 10:48); e "Filho do Homem" (Mateus 25:31), e nem por isso, ele poderia ser considerado inferior a Maria, Davi ou ao homem. A primeira expressão "filho de Maria" tem o significado de "filho" no sentido comum da palavra, ou seja, ele era filho de Maria em sentido biológico. Ser chamado de Filho de Davi pode significar não somente que ele é seu descendente, mas também participante da linhagem real de Davi. Já o título "Filho do Homem" aponta para a humanidade assumida por Cristo, ou seja, ele participou de nossa natureza humana, contudo, sem pecado. E, finalmente, Jesus também é chamado de "Filho de Deus", não porque seja inferior, mas porque é participante da mesma natureza divina da qual o Pai também participa. Aqui cabe bem o velho ditado: "Tal pai, tal filho".

Esclarecendo textos mal interpretados

Os textos apresentados a seguir são bastante usados pelos antitrinitários para apoiar a idéia de que Jesus não era Deus, pois declarou que o Pai era maior do que ele (João 14:28); que acerca do dia e hora de sua vinda, somente o Pai sabe (Marcos 13:32); além disso, dizem que se ele orava ao Pai (João 17:1), não poderia ser o próprio Pai (esta sentença, aliás, os trinitários jamais afirmaram). Esses equívocos decorrem do fato de desacreditarem de outra grande "riqueza insondável do Cristo" (Efésios 3:8), ou seja, a sua Encarnação: o Verbo, que era Deus, "se fez carne e habitou entre nós" (João 1:14). A doutrina da Encarnação é tão complexa quanto a doutrina da Trindade. Mais uma vez vale ressaltar que por mais que tentemos, o ser finito jamais poderá compreender com perfeição o Ser Infinito, mesmo quando este assume nossa finitude. Ao assumir a natureza humana, tornando-se "Filho do Homem", Jesus Cristo assumiu a posição de "servo" (Filipenses 2:6 e 7). Tornou-se "menor" que os anjos, sem se tornar inferior a eles (Hebreus 2:9). Assim, sua humanidade, como a nossa, era limitada; mas, por outro lado, ele ainda era 100% Deus, ou seja, ilimitado. E aí está o grande problema: como compreender que numa única pessoa pudesse haver duas naturezas opostas naturalmente entre si? Ao mesmo tempo em que dizia "o Pai é maior do que eu" (João 14:28), também afirmava "Eu o Pai somos um" (João 10:30). Como resolver essa questão? A coisa não é tão fácil assim. Se alguém achar a resposta a essa pergunta, também terá descoberto como Deus veio a existir (aliás, ele nunca veio a existir, pois ele foi, é e sempre será) e explicará satisfatoriamente a Triunidade Divina. O que precisamos é recorrer ao testemunho das Escrituras para ver o que ela tem a nos dizer sobre isso, mesmo que indiretamente. Uma passagem reveladora é a de Mateus 8:23-27. Durante uma tempestade, o texto relata que Jesus dormia, mas, Deus não dorme. Desesperados, os discípulos acordaram-no, clamando por socorro. Nesse momento, Jesus acorda, repreende o vento e o mar, e ambos se aquietam. Ora, o homem não tem esse poder. Segundo os Salmos 65:5-7; 89:9 e 107: 29, somente Deus, como criador, tem poder sobre as forças da natureza, e Jesus revelou tal poder (Hebreus 1:3). Percebe-se, portanto, nessa Escritura, a plena humanidade e divindade de Jesus Cristo. Ele tornou-se humano, sem deixar de ser Deus. Era Deus, assim como o Pai e o Espírito Santo, mas também era verdadeiro homem. Alguns objetam afirmando que Moisés abriu o Mar Vermelho, e nem por isso era Deus (Êxodo 14). O mesmo se deu na travessia do rio Jordão, sob o comando de Josué (Josué 3). Mas, quem foi que disse que Moisés abriu o Mar Vermelho? Segundo o livro de Êxodo, Deus mandou Moisés erguer um bastão e estendê-lo sobre o mar (14:16), e no versículo 21 diz que foi o próprio Deus, por meio dum forte vento, que fez o mar retroceder. O Salmo 114 poeticamente mostra que os acontecimentos ocorridos tanto no Mar Vermelho, quanto no rio Jordão, foram promovidos pelo senhor do vento e do mar: Deus. Assim, precisamos ler os textos abaixo tendo em vista o ensinamento bíblico da dupla natureza de Cristo.

1. João 14:28 Quando Jesus disse "o Pai é maior do que eu", subentende-se a sua posição de servo, de humilhação à qual ele se submeteu voluntariamente, nada tendo haver com sua essência, sua natureza divina (Filipenses 2:6-8; Atos 8:33; 2 Coríntios 8:9). Nessa posição, segundo a Bíblia, Jesus também era menor que os anjos (Hebreus 2:6-9), pois em relação aos humanos, os anjos são "maiores em força e poder" (2ª Pedro 2:11). Sendo menor que os anjos, Jesus podia dizer — sem prejuízo para sua natureza divina — que o Pai era maior do que ele.

2. Marcos 13:32 Se em Cristo estão "ocultos todos os tesouros da sabedoria e da ciência" (Colossenses 2:3), por que ele afirmou que acerca daquele dia e daquela hora ele não sabia, mas unicamente o Pai? Essa é uma pergunta de difícil resposta; contudo, convém lembrar do seguinte: Jesus disse que os anjos também não sabiam; sendo assim, o que foi feito menor também não saberia (Hebreus 2:9). Como homem Jesus não tinha sabedoria ilimitada. Aprendeu como qualquer um de nós (Lucas 2:52). Não cabe ao homem saber os tempos e as épocas que Deus determinou sob sua jurisdição (Atos 1:7).

3. João 17:1 Acompanhado desse texto, normalmente vem a seguinte observação dos antitrinitários: Visto que Jesus orou a Deus, pedindo que fosse feita a vontade de Deus, não a sua (Lucas 22:42), os dois não poderiam ser a mesma pessoa; e se Jesus fosse o Deus Todo- poderoso, ele não oraria a si mesmo.
Para inicio de conversa, esse argumento revela certa ignorância do que seja a doutrina da Trindade, pois não acreditamos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam a mesma pessoa, mas, sim, o mesmo Deus, ou seja, possuem a mesma natureza. O termo "Deus" pode ser aplicado individualmente a cada uma das Pessoas da Trindade (1ª Coríntios 8:5; 1ª João 5:20; Atos 5:3, 4), como pode ser usado como coletivo para abarcar as Três Pessoas Divinas, como em Gênesis 1:1. Assim, não sendo a mesma "pessoa" fica claro que não há nenhum impedimento para que o Filho dialogasse com o Pai. Na Encarnação Jesus participou das experiências humanas, menos o pecado (2ª Pedro 2:22); Jesus, como todo e qualquer humano, tinha necessidade espirituais. Ele precisa ter contato com o Pai (Mateus 4:4; João 4:34). Portanto, Jesus dialogou com o Pai, sem deixar de participar da mesma natureza divina, pois ele mesmo disse: "Eu o Pai somos um" (João 10:30). A objeção comum à frase "Eu e o Pai somos um" é a de que isso não significa que Jesus tenha a mesma natureza que o Pai, que ambos sejam de fato um, mas que Jesus apenas frisava sua unidade de propósito e pensamento com o Pai. A base bíblica apresentada é a de João 17:11, 21, 22, onde Jesus em oração pede que todos os seus discípulos sejam um, assim como ele e o Pai são um. Argumentam que isso não significa que os discípulos serão a mesma pessoa ou que possuirão a natureza divina. Mais uma fez enfatizamos que a idéia de serem os dois, Pai e Filho, a mesma pessoa, jamais estará em questão. Quanto à idéia de unidade de propósito e pensamento, dizemos que esta está presente em ambas as passagens. Todavia, segundo o contexto de João 10:30, há muito mais incluído do que simplesmente "unidade de propósito e pensamento". Acompanhe os seguintes raciocínios...
Nesse capítulo, Jesus fala diversas vezes de suas ovelhas. No versículo 28 ele diz que dá a essas ovelhas a "vida eterna" e que elas jamais seriam destruídas (ou pereceriam). Pergunta-se: Poderia uma criatura, por mais importante que fosse , conceder a outras criaturas a vida eterna e a indestrutibilidade? Não é somente Deus, o Eterno, a fonte da vida? (Salmo 36:9; Atos 17:27, 28). Contudo, Jesus disse de si mesmo: "Eu sou a ressurreição e a vida" (João 11:25). Disse mais: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (João 14:6). Seria pedantismo demais para um arcanjo, uma criatura, mesmo que fosse "o segundo maior personagem do universo", afirmar tudo isso; porém, não o seria para aquele que, junto com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Portanto, pelos versículos precedentes a João 10:30, fica claro que, se o Pai e o Filho são fontes da vida, então Jesus foi além da "unidade de propósito e pensamento" ao dizer "Eu e o Pai somos um". Vale a pena lembrar que, por mais que nos esforcemos, jamais conseguiremos ser a ressurreição, a verdade e a vida. Assim, devemos nos contentar com nossa "unidade de propósito e pensamento" para com Deus. Já Jesus Cristo, além do que temos (e num grau mais elevado e incomparável), também possui "toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9).

Diante da frase "Eu e o Pai somos um", a reação dos judeus foi imediata: acusaram a Jesus de blasfêmia, pois, sendo homem, fazia-se Deus a si mesmo (João 10:33). Eles entenderam exatamente o que Jesus queria dizer com aquele "um". Não faria sentido acusá-lo de blasfêmia pelo simples fato de expressar com a palavra "um" uma "unidade de propósito e pensamento". Na Tradução do Novo Mundo, João 10:33 é vertido assim: "Nós te apedrejamos, não por uma obra excelente, mas por blasfêmia, sim, porque tu, embora sejas um homem, te fazes um deus". A frase mal traduzida "te fazes um deus" tenta suavizar a força das palavras de Jesus, que evidentemente igualou-se ao Pai. Ademais, a acusação de blasfêmia só faria sentido para os judeus se Jesus se fizesse igual a Deus, o Pai, e não a "um deus", termo mais do que genérico nessa péssima tradução. É importante ressaltar que numa outra ocasião Jesus falou aos judeus dizendo: "Meu Pai tem estado trabalhando até agora e eu estou trabalhando" (João 5:17 – TNM). Diante disso, alguns dos judeus queriam matá-lo, e uma das razões apresentadas foi a de que ele chamava Deus de Pai, "fazendo-se igual a Deus" (João 5:18 – TNM). Percebe-se, portanto, que em ambas as passagens (João 10:29-33 e 5:17, 18) as declarações de Jesus sempre são entendidas como afirmações de igualdade com o Pai, ou seja, ele afirma fazer aquilo do qual somente o Ser Supremo é capaz (compare com Marcos 2:5-11). Assim, se Jesus não fosse tudo aquilo que afirmou ser, direta ou indiretamente, não passaria de um impostor, mentiroso e megalomaníaco.

6. Espírito Santo


Muitos negam a personalidade e divindade do Espírito Santo, como as seitas espíritas e as Testemunhas de Jeová. Para estas o Espírito Santo é uma "força ativa"; para aqueles trata-se de uma "falange de espíritos". Em ambos os casos, o Espírito Santo é algo, não alguém.

6.1. A personalidade e divindade do Espírito Santo


a) É Deus, como o Pai e o Filho (Atos 5:3:4). Compare com Atos 16:31, 34.

b) É um ser pessoal, pois o Espírito Santo...

Guia, fala, declara, ouve (João 16:13).

Ama (Romanos 15:30).

Clama (Gálatas 4:6).

Toma decisões, administra (1ª Coríntios 12:11).

Sabe e atinge as profundezas de Deus (1ª Coríntios 2:10, 11; compare com Mateus 11:27 e Lucas 10:22).

Pode ser contristado (Efésios 4:30). Comparar com Isaías 63:10.

Implora e intercede (Romanos 8:26, 27; comparar com v. 34).

Ensina (Lucas 12:12; comparar com 21:14, 15; veja João 14:26).

Fala (Atos 10:19). Ver também 13:2; 10:19, 20; 21:11; Mateus 10:18-20).

É resistido (Atos 7:51 comparado com Isaías 63:10; Salmo 78:17-19).

Proíbe, põe obstáculo (Atos 16:6 e 7; comparar com o v. 7 com Romanos 8:9 e Filipenses 1:19).

Ordena, dirige e dá testemunho (Atos 8:29, 39 e 20:23).

Designa, comissiona (Atos 20:28). Ver também 1ª Coríntios 12:7-11, comparando com 12:28 e Efésios 4:10, 11.

É mencionado entre outras pessoas (Atos 15:28).


c) 1ª Coríntios 6:19 "Ao lado do templo do verdadeiro Deus na antiga Jerusalém, as Escrituras mencionam muitos outros templo — por exemplo: o templo de Dagom (1ª Samuel 5:2), o templo de Júpiter (Atos 14:13), o templo de Diana (Atos 19:35), e assim por diante. Cada um era o templo de alguém, ou do Deus verdadeiro ou de um deus falso. Mas a Bíblia também mostra que o corpo físico de cada cristão individualmente se torna um templo. Templo de quem? Um ‘templo do Espírito Santo’(1ª Coríntios 6:19)". — Argumento extraído de As Testemunhas de Jeová refutadas versículo por versículo, de David Reed, Juerp, pp. 89, 90.

6.2. Textos e termos mal aplicados ao Espírito Santo


a) Mateus 3:11 – João Batista disse que Jesus batizaria com o Espírito Santo, assim como ele batizava em água; portanto, assim como a água não é pessoa, tampouco seria o Espírito Santo. Refutação: É possível se batizado numa Pessoa, sem que ela perca sua identidade pessoal.

Romanos 6:3 (batizados em Cristo/batizados em sua morte)

Gálatas 3:27 (batizados em e revestidos de Cristo)

1ª Coríntios 10:2 (batizados em Moisés)

b) 2ª Coríntios 6:6 O Espírito Santo é incluído entre várias outras qualidades, o que indicaria que não se trata duma pessoa (Efésios 5:18; Atos 6:3; 11:24 e 13:52)

Refutação: Em Gálatas 3:27 e Colossenses 3:12 insta-se às pessoas a ficarem revestidas de Cristo, assim como a se revestirem de qualidades como humildade, compaixão etc., sem que isso faça de Cristo uma "força ativa".

c) Atos 2:4 Os 120 discípulos ficaram cheios duma "força ativa" não duma pessoa. Refutação:

Efésios 1:23 diz que Deus "preenche todas as coisas", o que concorda com Atos 2:4.

Romanos 8:11 diz o Espírito Santo mora ou reside em nós, assim como Efésios 3:17 diz que Cristo reside em nossos corações, da mesma forma que João 14:23 também fala da habitação em nós tanto do Pai, quanto do Filho. Nada disso faz com que o Pai e o Filho deixem de ser pessoas.

d) Atos 13:12 O fato de a Bíblia dizer que o Espírito Santo fala, isso não prova sua personalidade, pois outros textos mostram que isso era feito através de seres humanos ou de anjos.


Refutação:

Atos 3:21 mostra que Deus não falou diretamente, mas por meio da boca dos seus profetas, assim como se diz do Espírito Santo (Atos 28:25).

Comparar Mateus 10:19, 20 com Lucas 21:14, 15 e Jeremias 1:7-9.

e) Lucas 7:45, Romanos 5:14, 21, Gênesis 4:7 – Estes textos mostram que coisas abstratas, como a sabedoria, o pecado e a morte são personificados; o mesmo se dá com o Espírito Santo.



Refutação: A Bíblia personifica a sabedoria, o pecado e a morte porque não são pessoas. No caso do Espírito Santo, Ele não é personificado, pois já é uma pessoa. É apenas simbolizado, assim como Jesus e Jeová

Espírito Santo: Pomba (Lucas 3:22); línguas de fogo (Atos 2:3)

Jesus Cristo: Leão (Apocalipse 5:5); cordeiro (João 1:29); Porta (João 10:9); Videira (João 15:1)

Jeová: Fogo (Deuteronômio 4:24); sol (Salmo 84:11)

f) Atos 7: 55, 56 Estevão só viu o Pai e o Filho, não diz ter visto o Espírito Santo.

Refutação: Estevão não podia ter visto o Espírito Santo pelo fato deste estar na terra cumprindo a sua missão, uma vez que fora enviado pelo Filho, que por sua vez fora enviado pelo Pai. Jesus disse que a menos que Ele próprio fosse embora, o Espírito Santo não viria. Assim sendo, quando Jesus voltou ao céu, enviou o Espírito, razão pela qual Estevão não poderia tê-lo visto. (Ver João 16:7, 8).

7. A fórmula batismal

7.1. Argumentos mal aplicados para se batizar somente em nome de Jesus

Em Mateus 28:19, Jesus mandou que os discípulos batizassem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Em Atos 2:38 encontramos os apóstolos batizando em nome de Jesus, porque Jesus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Refutação: Esse argumento não tem base bíblica, pois as Escrituras estabelecem a distinção entre as pessoas da Trindade, por exemplo: João 10:30. Assim, é absurda a suposição de que os apóstolos entenderam que Jesus quis dizer que batizassem em seu próprio nome, porque ele era o Pai, o Filho e o Espírito Santo, uma vez que 1ª João 4:14 diz claramente: "E nós (os apóstolos) temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo".

Afirma-se que "Pai", "Filho" e "Espírito Santo" são apenas "títulos", não "nomes próprios", mas que Jesus é "um nome próprio". Refutação: Se fizéssemos distinção entre "nome" e "título" na Bíblia, não poderíamos entender os nomes bíblicos, porque seus nomes eram seus títulos. Em Gênesis 29:32, por exemplo, "Rubem" (nome próprio) literalmente quer dizer "um filho", mas "filho" é um título segundo o Unicistas. Jesus (nome próprio) significa "Salvador" (Mateus 1:21), o qual também é um título.

Ensina-se que em Mateus 28:19 se usa a palavra "nome" (singular) e não "nomes" (plural). Refutação: A Bíblia muitas vezes usa a palavra "nome" (singular) para referir-se a mais de uma pessoa. Veja este exemplo: Gênesis 5:2 ¾ "Homem e mulher os criou, e os abençoou, e lhes chamou pelo nome de Adão, no dia em que foram criados". Veja também Gênesis 11:4 e 48: 6, 16.

Alega-se que os apóstolos nunca batizaram "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", mas somente "em nome de Jesus".


a) É verdade, na Bíblia não encontramos os apóstolos batizando a pessoas "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"; tampouco, porém, encontramos na Bíblia os apóstolos recitando a frase "eu te batizo em nome de Jesus Cristo".
b) Eles afirmam que os apóstolos recitaram tal frase, quando lêem na Bíblia que algumas pessoas foram batizadas "em nome de Jesus Cristo". A verdade é que não há nenhuma evidência na Bíblia de que os apóstolos tenham recitado tal frase ao batizar.
c) Há somente uma pessoa na Bíblia que vemos como foi batizada. Esta pessoa foi o eunuco etíope, que foi batizado por Filipe (At 8:36). Ali, não observamos Filipe dizendo: "Eu te batizo em nome de Jesus". A única coisa que encontramos é que o eunuco dizendo: "Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus".
d) As evidências mais remotas que temos sobre a maneira em que os cristãos eram batizados na igreja primitiva se encontram num livro intitulado Didache (ou: Ensinamentos dos Apóstolos). Este livro, que foi escrito por volta do ano 110 d.C., diz: "Quanto ao batismo, procedam assim: Depois de ditas todas essas coisas, batizem em água corrente, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo." (Grifo acrescentado).
e) Fazer algo "em nome de" alguém significa fazê-lo em sua autoridade, em obediência ao seu mandato, da parte de ou como seu representante, como por exemplo: "E, pondo-os perante eles, os argüíram: Com que poder, ou em nome (= na autoridade ou da parte) de quem fizestes isto?" (Atos 4:7). Veja também João 16:23-26; 1ª Coríntios 1"13-15 e Colossenses 3:17. Assim, a frase "em nome de" não tem nada que ver com uma fórmula mágica que alguém diz durante cada ação. Quando a Bíblia diz que alguns foram batizados "em nome do Senhor Jesus Cristo" (Atos 2:38; 8:16; 19:5), não quer dizer que os apóstolos literalmente recitaram a frase: "Eu te batizo em nome do Senhor Jesus Cristo" , antes, porém, que as pessoas foram batizadas em obediência à ordem de Jesus, isto é, de acordo com o ensino de Jesus.

Gabriel Felipe Martins Rocha

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