domingo, 27 de janeiro de 2013

O MEU REDENTOR VIVE (Jó 19: 23-25)


O MEU REDENTOR VIVE!

 (Jesus Onipotente, Onipresente e Onisciente)

Por Gabriel Felipe M. Rocha

Quem me dera agora que as minhas palavras se escrevessem! Quem me dera que se gravassem num livro!

E que, com pena de ferro e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha!

Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. (Jó 19:23,24,25)

 

Sabe-se que Deus tem, essencialmente, atributos morais. Dentre esses estão: Misericórdia, Bondade, Longanimidade, amor, juízo, fidelidade ,etc. Todos esses atributos (morais) de Deus se revelam  (basicamente) em três atributos pessoais: ONIPOTÊNCIA, ONISCIÊNCIA e ONIPRESENÇA.

O prefixo “oni” vem do latim omnia que quer dizer “todo”. Portanto, se Deus é, por exemplo, onipotente, Ele tem TODO o poder.

Tais atributos (morais e pessoal) contidos na Pessoa do PAI encontram-se também na Pessoa do FILHO, a saber, JESUS CRISTO. Ele é o “Rei da Glória”, “Senhor dos Exércitos”, “Pai da Eternidade”, “Príncipe da paz”, “Conselheiro”, “Emanuel” e “Deus forte”.

Jesus, portanto, se revela várias vezes no Antigo Testamento no âmbito da profecia. Ele é a rocha ferida, o cordeiro que tira o pecado, o pão que alimenta, a água que mata a sede, o ribeiro que refrigera, etc.

No texto que nós lemos em Jó (19:23-25) vemos um exemplo dessa manifestação profética de Jesus.

Jó estava num momento em que, nós sabemos bem, sua aflição chegava ao auge. Já perdera tudo o que tinha (bens, fazenda e família) e, como se não bastasse, seus amigos estavam presentes ali com palavras acusativas, duras e insuficientes para a cura de sua alma. Os que estavam ao redor de Jó não conheciam o seu íntimo, não sabiam o que se passava em seu coração aflito e angustiado, não estavam presentes no momento em que tudo aconteceu, estavam ali, mas nada podiam fazer, não tinham poder algum para mudar aquela situação.

Mas Jó conhecia o seu Deus. Sabia em quem estava depositando a sua fé.

No verso 23 ele clama: “Quem me dera agora”. Este era um grito de sua alma. Era um anseio do seu espírito.

Jó tinha um desejo profundo de que alguém fizesse algo, mas sua esperança estava mesmo no Senhor, aquele que era o Conhecedor, Deus Presente e Poderoso. Sua alma esperava em Deus assim como o salmista também esperaria estando no momento crítico de sua angústia: “Por que estás abatida, ó minha alma [...] espera em Deus, pois ainda o louvarei” (Salmo 42:11).

“Que minhas palavras se escrevessem” -  Jó queria que toda a sua dor tornasse conhecida. Jó queria sair da agonia subjetiva para uma relação intersubjetiva com o seu Criador. Quem escreve algo anseia que tais palavras sejam lidas por alguém, senão não haveria sentido em escrevê-las.  Jó, portanto, queria que alguém tomasse nota de todo o seu sofrimento, sondasse a sua vida como Davi mais tarde pediria ao Senhor. Quem tomaria conhecimento de nossa fraqueza tão bem quanto Jesus? Ele é Onisciente.

Essas palavras de Jó eram proféticas e se cumpriram em Jesus. Jesus estava com Deus, era Deus (João 1:1), mas o “Verbo” se fez carne e habitou entre nós (João 1:14). Jesus se fez homem e conheceu (viveu em sua carne) toda a nossa fraqueza e corrupção. Ele foi “Emanuel”, o Deus conosco. Habitou com o homem, esteve presente no seio da terra. Fez-se maldição por nós e, em si, toda a nossa angústia e dor foi escrita com penas de ferro. Foi escrita com os pregos da cruz, pois foi o nosso pecado que levou Jesus à cruz. Ele sofreu o peso (chumbo) da nossa culpa.  Foi a rocha ferida onde nossas fraquezas foram gravadas para sempre.Tudo isso para nos tornar justos. Diz a Bíblia que Jó era um homem reto, mas não menciona que ele era um homem justo. A justificação veio pela fé em seu Redentor (v.25). Jesus estava ali, era um Deus presente. Hoje as nossas palavras são escritas no livro da vida, pois Jesus pagou o preço. Morreu, mas ressurgiu. Ele é Poderoso, Onipotente. Venceu a morte. Nosso Redentor vive!

“Porque eu sei que meu redentor vive”- Nesse momento Jó mostra o quanto estava firme em Deus e em suas promessas.  Conhecia com todo o seu íntimo o Deus que servia.

Essas palavras foram também proféticas, pois apontavam diretamente para Jesus, o Redentor Onipotente. Esse Redentor não viveu ou viveria um dia, mas “vive”. O verbo foi empregado no tempo presente, pois Jesus estava presente ali naquele momento na vida de Jó (mesmo esse ainda não o conhecendo como nós hoje o conhecemos). Jesus se revelara ali como aquele que tem TODO o poder para salvar e livrar o homem da angústia, e da morte.

Jesus está presente e quer se revelar ao homem. Quer ser a esperança da nossa alma. Quer lutar a nossa batalha, pois é Deus forte. Quer nos aconselhar e nos dirigir, pois é Conselheiro e Pai da Eternidade, sabe o que é melhor para os seus. Quer estar sempre ao nosso lado, pois é Emanuel, amigo e quer garantir a nossa paz.

Jesus conhecia o passado de Jó. Viu toda a sua riqueza e viu toda a sua tristeza. A dor de Jó era grande, mas estava firme na fé de que: “o meu Redentor vive”. Isso aliviava o sofrimento de Jó. A certeza de estar com Cristo é confortante em cada momento de nossa vida, até mesmo quando um familiar que amamos parte para a Glória do Senhor, pois estar na presença desse Jesus é algo que supera toda a dor e desesperança. Aliás, Ele é a Esperança.

O Redentor vive!

Analisando o termo “vive” no original, percebe-se que o termo  usado “hay” é um termo que deriva, na gramática hebraica, o termo “hayah” (derivado de hay), que se traduz em “avivar”, “conservar”, “restaurar”, “ressuscitar”, “renascer”, “livrar” (salvar), “vivificar”, “proteger”, entre outros.

O Redentor vive! O Redentor aviva – nos enche de seu Espírito Santo e nos dá a conhecer de suas maravilhas espirituais. O Redentor livra e conserva- Jesus é presente em todo instante. Livra-nos (salva) e nos conserva em sua presença, pois está ao nosso lado e é poderoso em obras. E tantas outras coisas pode fazer Jesus, o Redentor de nossa alma.

Ele nos conhece bem. Ele, como homem, viveu e sofreu no próprio corpo as aflições da humanidade perdida, no entanto, só Ele pôde ir à cruz. Aleluia!

“E por fim se levantará sobre a terra”- Jesus é o início de todas as coisas e também o fim. Ele é o Alfa e o Ômega. O verbo criador de Genesis e o Rei cheio de Glória e Majestade de Apocalipse.

É o desfecho de toda a história. O desfecho daquele que espera em Deus é: gozar de uma redenção eterna.

Louvado seja Deus!

 

Gabriel Felipe M. Rocha

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