segunda-feira, 17 de novembro de 2014

JESUS, A PORTA

JESUS, A “PORTA"
(Por Gabriel Felipe M. Rocha)

Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (João 10:09)

Jesus sempre usou expressões simples para falar com os seus. Usava figuras e modelos acessíveis e cognoscíveis para a multidão, pois eram figuras voltadas para o dia-a-dia de cada um. Ali estavam pescadores, por isso, Ele chamou alguns para serem “pescadores de homens”; ali estavam homens do campo, por isso Ele usou figuras como a “parábola do semeador” e desse modo falava o mestre, inclusive quando falava de si mesmo para a multidão e para os seus discípulos: “Eu sou a porta”; “Eu sou a água da vida”; “o pão vivo”, o “bom pastor”, etc. Jesus era um pregador relevante. Pregava com autoridade e sua mensagem promovia vida. Aliás, as palavras de Jesus são um convite para a vida...
Jesus, embora soubesse do coração duro da multidão e dos olhos e dos ouvidos fechados da mesma (porque não seriam todos alcançados), não deixou de querer ardentemente ser aceito pelo pecador, pelo contrário, Ele vivia no meio deles como luz para os que andavam em trevas. Sua prova de amor na cruz foi um ato público da graça e misericórdia de Deus. Ele abriu na cruz um Novo e Vivo Caminho para aqueles que iriam receber da grande salvação. Por isso ele formalizou o convite dizendo: Eu sou a porta!
Muitos precisavam passar por essa porta e ela estava ali a todo o momento.
Mas observemos com atenção quando Ele diz, no versículo 7, que: “...eu sou a porta das ovelhas”. Fascinante como esse anúncio era pertinente ali e como ele ainda tem uma relevância hoje.
Quando Jesus usa essa expressão, afirmando e especificando que Ele era a porta das ovelhas e que, quem passasse por ela teria vida, Ele estava se referindo ao seu aprisco, pois em seu aprisco estamos seguros dos ataques. Não que jamais seremos atingidos, mas que em seu aprisco teríamos todo o cuidado e, na comunhão da Igreja (seu Corpo), temos boas pastagens. Alimento diário, forte e rico em proteínas espirituais. Lá recebemos vida. Congregando e estando firmado em Cristo, desenvolvemos vida, compartilhamos vida e, por isso, temos vida com abundância. Mas havia uma conhecida “porta das ovelhas” ali que tinha um significado muito importante.
Havia uma porta lateral no templo que era conhecida como “a porta das ovelhas”, mas as ovelhas que entravam por aquela porta, entravam para a morte, pois a culpa do pecado estaria sobre cada uma que seria ali a vítima para expiação. As ovelhas, portanto, que seriam sacrificadas, passavam por ali. Entrevam por aquela porta. Então, era a porta da morte.
Mas espera aí! Jesus diz que Ele era a "porta das ovelhas" naquele contexto cultural e religioso, diante do templo e das pessoas que bem conheciam o templo e afirma que quem passasse por Ele (entrasse por Ele) se salvaria e receberia liberdade para entrar, sair e achar pastagens. Poderia parecer um contra senso, mas Jesus estava afirmando que, diferente daquela ocasião de morte e condenação, Ele estava ali como a Porta para a vida e todos aqueles que o Pai lhe dava, ganhava a salvação que jamais se perderia. Ganhava a salvação para desenvolver, a partir de então a salvação, saindo e entrando, trabalhando e cuidando. Perseverando e crescendo e, sempre, achando pastagens.
No versículo 11, Jesus diz: “Eu sou o bom Pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas”.
Havia para nós a condenação, pois antes estávamos longe de Deus, no pecado – arrastados para a morte. Não havia nenhuma porta aberta para a salvação fora de Cristo. Apenas para a justa condenação. Mas Deus preparou um projeto. Ele decidiu chamar a muitos para entrarem por essa porta e nunca mais serem os mesmos. Agora entramos, saímos e achamos pastagens.
Jesus, o bom PASTOR é quem passou por essa porta “de condenação”, garantindo a vida eterna para os seus e, assim, se entregou nos dando um novo e vivo caminho.
Ele, o bom Pastor, venceu a morte, agora, portanto, Ele é a porta para a VIDA. Ele pode nos chamar para a vida. Esse convite é restrito. Vem da Eternidade. É dom de Deus. Louvado seja o Senhor!
A porta das ovelhas do templo também aponta para a vida religiosa que muitos caminham e passam por ela, mas seu fim não é vida, mas sim morte, pois não há um encontro pessoal com o Senhor Jesus longe da graça. Muitos religiosos e pessoas de coração duro têm ouvido que Jesus é a porta, mas tnão passam por essa porta.
Sendo, agora, a porta para a vida, Jesus convida muitos a entrar por ela: “Eu sou a porta”. Quem sabe Ele está te chamando para - agora - entrar por ela? Mesmo você já cristão. Já entrou por essa porta hoje? Já saiu renovado e cheio de bençãos celestiais para compartilhar? Já encontrou e se apropriou das pastagens ricas que no aprisco de Deus há?
Quando Jesus se revela como a “porta”, Ele penetra o coração do homem que, por muito tempo, esteve diante de uma porta fechada. Vivia uma vida presa no pecado, no vício, na desesperança, na aflição, etc. Mas agora uma porta (que foi aberta no Calvário) está diante dele. Jesus é a porta que liberta o homem e o coloca em outro patamar. A porta é um meio de acesso a um cômodo ou a uma casa (tanto para sair, tanto para entrar). Jesus é o acesso que temos ao Pai por meio de seu sangue. Jesus quando diz que Ele é a porta (não uma das portas), mas a única porta, afirma categoricamente que fora dele não há salvação
Ele nos chama para entrar, pois preparou muitas moradas:
“Na casa de meu Pai há muitas moradas” (João 14:2), mas a porta é uma só: Jesus.
Interessante que, quando Jesus diz “Eu sou”, ele tira do homem qualquer dúvida e indagação. Tira qualquer oportunidade de nos colocarmos como "merecedores" ou como "ganhadores (por méritos) da grande dádiva da Vida Eterna. Ele deixa claro que Eu sou! Mostrando que isso basta. Nada de nós e tudo dele. Ele salva, Ele se revela, Ele chama, Ele convida e Ele dá a vida. Moisés quando foi chamado por Deus para libertar o povo do Egito, não havia tido ainda uma experiência íntima com o Deus de Israel, embora já havia um altar em seu coração. Ele perguntou à voz que falava na visão da sarça: “Quem eu direi que me enviou?”. Deus disse: Eu Sou te enviou. Ou seja: a obra é minha! Meu Nome é sobre todo nome. Pode ir que Eu faço tudo! Apenas vá!
O anúncio de Jesus como sendo a porta tem o mesmo peso de glória e soberania. Ele afirma: Eu sou a porta! Minha é a salvação, minha é a vida, minha é toda a pastagem! Apenas venha.
Jesus, o bom Pastor, é esse “Eu Sou” (Yaveh). Ele é poderoso em obras, Ele é Deus forte, Pai da Eternidade, grandes são seus atributos e sua glória. Ele é a porta. A esse convite não podemos resistir.
“Se alguém entrar por mim, salvar-se-á”: É a promessa para quem entra pela porta.
A expressão usada no original para “salvar-se-á” é “sodzo”, uma expressão grega que é muito usada no Novo Testamento para indicar “preservar a salvo”, “proteger”, “livras do perigo”, “ajuntar para si”, dentre outras.
Jesus quer que estejamos plantados nele. Vivos nele. Esperançosos nele. Fortificados nele. salvos (em total segurança) nele. Ele quer que estejamos debaixo de “suas asas”, para que, no dia do Senhor, possamos vencer e reinar com Ele.
“... e entrará, e sairá, e encontrará pastagens”:
No frio da noite, nós entramos e nos aquecemos juntos no aprisco do Senhor. Durante o dia, Ele nos leva aos pastos verdejantes (Salmo 23), pois Ele é o nosso bom pastor e nada tem nos faltado. É a benção de fazer parte desse aprisco (Igreja), pois temos todos os dias, além do livramento da morte eterna, o alimento rico e abundante e, no Corpo de Cristo, em seu aprisco, somos mais do que vencedores, pois Ele nos amou. Ele nos chamou. Ele nos escolheu. Ele nos ajuntou. Somente a Deus a gloria!
Esse processo de entrar e sair do aprisco é um processo diário. É o nosso trabalho para o Reino. Assim sempre achamos pastagens, tanto para nos alimentar, tanto para compartilhar. Não podemos abandonar essa dinâmica, não podemos nos esfriar jamais diante da grandeza desse amor, pois Deus ajuntou para si um povo que conhece a sua voz e atende a sua voz, pois a conhece bem. Está firmada em sua Palavra.
“Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas ovelhas sou conhecido” (João 10:14).
Louvado seja o Senhor Jesus!

Gabriel Felipe M. Rocha.

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