O
texto que compartilho é um texto de meu estimado amigo Dan Russel. É um texto para
nossa reflexão e, pretendi um dia escrever algo no mesmo sentido, mas o tal já
expressa exatamente aquilo que precisei mostrar e o que fui e que deixei de ser
quando passei a querer viver o Evangelho como ele é (conforme a Palavra),
deixando o legalismo religioso e o sectarismo denominacional que, infelizmente,
está em vigência em muitos lugares que se autodenominam "especiais" e
"únicos"mas que, na verdade, estão cheios de rapina, heresia, engano,
aparência de piedade, famílias destruídas e sepulcros caiados. Espero que gostem.
Bom texto mesmo. (Gabriel Felipe M. Rocha)
Já
Fui Um Fariseu
Fariseu,
uma palavra que vem do Grego PHARISAIKOS e do Hebreu P’RISHAYYA, relativa ao
verbo PARUSH, que significa “SEPARADO ou SEPARAR”.
De
acordo com o Índice de Temas em Cadeia da Bíblia Thompson - Almeida Edição
Contemporânea Revisada - o farisaísmo era um partido judaico que se identifica
basicamente por três princípios, quais sejam:
1 –
punham muita ênfase na observância de ritos e cerimônias;
2- consideravam-se possuidores de piedade superior e se separavam da gente comum;
3 – criam na imortalidade da alma, na ressurreição do corpo e na existência de anjos e espíritos.
2- consideravam-se possuidores de piedade superior e se separavam da gente comum;
3 – criam na imortalidade da alma, na ressurreição do corpo e na existência de anjos e espíritos.
Note,
o leitor, que dentro de suas três características, uma estava correta, de
acordo com as Sagradas Escrituras: os fariseus criam na imortalidade da alma,
na ressurreição do corpo e na existência de anjos e espíritos. Neste ponto
estavam corretos, contudo, nos outros dois, demasiadamente equivocados.
Dar
ênfase a ritos e cerimônias leva o homem a preocupar-se mais com o exterior
(aparência) do que com o interior. Esse, inclusive, era um dos piores males dos
fariseus. Outrossim, considerar-se superior em piedade e separar-se das pessoas
comuns é ir contra um dos grandes mandamentos do Deus vivo: “que os irmãos
vivam em união”.
Nesta
senda, com um olhar mais atento, observa-se algo assustador: O FARISAÍSMO
CONTINUA VIVO NOS DIAS ATUAIS. O sistema continua o mesmo. Nele, há algumas
verdades, porém há muito mais mentiras, sendo esse o seu perigo: apresentar
mentiras sutis e destruidoras, acobertadas por algumas verdades.
Jesus
entra, então, neste cenário, combatendo veementemente o farisaísmo, justamente
porque os fariseus, por apresentarem algumas verdades e por se preocuparem
excessivamente com a piedade aparente, consideravam-se superiores a todos os
homens.
Não
é sem motivo que Jesus os chama de “sepulcros caiados”, como ele diz em Mateus
23:27: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes
aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas
interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia”.
Esses
sepulcros caiados eram sepulcros enfeitados. Sim, por mais mentiras, ladroíces,
traições e enganos que existissem dentro de suas sinagogas, os fariseus não se
arrependiam diante de Deus e, consequentemente, aparentavam, diante da
população, serem santos e irrepreensíveis.
Jesus,
durante todo seu ministério, travou diversos embates com esses religiosos
hipócritas, sendo que grande parte de suas mazelas, atravessando milênios,
continuam vivas no coração de muitos crentes contemporâneos.
Dentre
elas, podemos destacar as seguintes:
“mazelas
dos fariseus com seus familiares”: em Mateus 15: 4-9 Jesus aponta que os
religiosos davam mais importância às suas tradições do que aos seus familiares,
anulando assim o mandamento do Senhor. Não é diferente hoje. Quantos jovens,
homens e mulheres, estão abandonando seus familiares, “em nome de Deus”, para
servirem à tradição dos homens. Há algumas religiões que não dão espaço para
seus membros: feriados após feriados, finais de semana após o outro, promovendo
encontros e eventos, desgastando suas comunhões familiares, pensando agradar a
Deus, não percebendo que agem como os fariseus, desonrando o mandamento do
Senhor; mulheres viúvas de maridos vivos; filhos órfãos de pais vivos; não por
acaso, muitos perdidos na pornografia e sexualidade, mas sempre mantendo a
aparência de santos irrepreensíveis;
“preocupação
excessiva com os ritos e cerimônias” - Mateus 15:11 – os fariseus criticaram
Jesus e seus discípulos por comerem com as mãos sujas. Preocupavam-se em demsia
com os rituais, com a aparência, pois não conheciam a liberdade que Cristo veio
lhes proporcionar. Hoje, alguns fariseus não permitem louvar a Deus com as mãos
para o alto; não permitem dizer: “obrigado Senhor”, tudo ao seguinte argumento:
“é uma orientação de Deus!” Hipócrita, Deus não se importa se a mão está para o
alto ou para baixo, se a mão está suja ou se está limpa, se está calçado ou
descalço, ele se importa com a pureza e integridade do coração. Não há
imoralidade, indecência ou desordem em levantar as mãos a Deus. O fariseu
preocupa-se com a aparência e se esquece do coração. “não ore dizendo “obrigado
Senhor”, diga “agradeça”. Hipócrita! Não é a palavra, é o coração;
“a
hipocrisia”: Mateus 23:25 – Jesus os chamou de hipócritas por diversas vezes.
Mas é isso mesmo que são, pois falam uma coisa e fazem outra. Esse é o mal do
fariseu; diz: “não somos crentes, somos servos do Senhor”, mas não se sujeita à
palavra de Deus. Diz: “somos sérios”, mas faz meninices; diz: “não pregamos
sobre dízimos”, mas vigia se seus prosélitos estão dizimando; diz: “temos
dons”, mas são pouquíssimos os dons que se cumprem; diz: “nossos pastores não
são remunerados”, mas se esquece que Deus manda remunerá-los “I Cor 9:13-14”;
prega sobre o amor, mas aplaude seus pastores arrogantes e mal educados e
expulsa os mendigos, os bêbados e os oprimidos das portas de suas sinagogas;
prega a liberdade, mas escraviza seus fiéis com imposições humanas; às vezes, raramente,
diz com orgulho: “nossos pastores são leigos”, mas se esquecem que Deus disse
que “daria pastores que apascentariam com inteligência “Jer 3:14; fala de
perdão, mas apedreja os que confessam os seus pecados, esquecendo-se do amor,
da misericórdia, da justiça e do evangelho; fala de união (corpo), mas o
“corpo” é somente a sua instituição, a ponto de se sentirem culpados ou serem
disciplinados por visitarem outras denominações e não permitirem a visita de
outros pastores em suas reuniões; diz que jejua, mas o faz dormindo; “madruga”,
mas o faz por aparência e não consegue ficar uma noite em vigília de oração;
diz que é feliz com Jesus, mas vive murmurando, sentindo ódio e rancor no
coração.
“o
fermento dos fariseus”: “um pouco de fermento leveda toda a massa”. Não basta
haver algumas verdades, uma mentira só anula todo o evangelho de Cristo. O
farisaísmo hoje prega a Jesus como o único e suficiente salvador, mas prega
também que seu sistema é “a obra – filho único” - mentira! Obra, filho único, é
Jesus, não um emaranhado de dogmas e doutrinas que destoam a palavra de Deus e
confundem corações e mentes fragilizadas. Não é um sistema. Não é um movimento
separatista (fariseu); obra filho único é o evangelho de Jesus vivido por
milhares de crentes em todo o mundo; “Deus amou o mundo de tal maneira que
enviou seu ÚNICO FILHO, para que TODO AQUELE que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna”. Jo 3:16.
“o
sectarismo” - Mateus 23:15 – nessa passagem Jesus diz que os fariseus
percorriam o mundo para fazerem prosélitos, e não crentes em Deus. Prosélito é
aquele que é convertido a um sistema, pensando estar convertido a Deus. Os
fariseus pensavam ser os melhores, os filhos únicos, por essa razão queriam que
todos os outros homens se convertessem a seu sistema. Não levavam a liberdade,
mas a escravidão em cerimônias e rituais confusos, sendo que Deus não é Deus de
confusão. “Acautelai-vos deles”.
“perseguições”
- Mateus 23: 34. Jesus os culpa por matar os profetas que eram enviados para
convertê-los do mau caminho. Hoje, também, o farisaísmo persegue, calunia,
difama e destrói a todo o custo àqueles que se levantam para anunciar suas
heresias e apostasia; não recebem a correção; sequer ouvem os profetas. Temem
ler e ouvir críticas a sua religião; são incentivados e não dar crédito a nada
que for contrário à “lei que o seu Moisés os deu”. Muitos, provavelmente, estão
lendo este texto com receio de estar fazendo algo errado.
Eu
já fui assim. Era exatamente assim que eu agia. Tinha raiva dos que saíam do
sistema; desejava o mal para quem não pensava como eu; quando alguém saía, eu
pensava: “agora vai adoecer”, “agora o casamento termina”, “coitados dos
filhos”, “espero que quebre a cara” e por ai vai. Nunca abençoava. Só
amaldiçoava.
Um
certo fariseu disse, certa vez, acerca de um que havia saído do sistema: “agora
o casamento dele termina”; outro fariseu disse, em outra situação: “Deus já
está o amaldiçoando, pois vendeu seu carro e trocou por um outro”. Quanta
tolice. Quanta hipocrisia.
Hoje
sei que muitos pensam isso a respeito de todos quantos são libertos desse
sistema maligno. O fariseu é perigoso.
Sim,
o farisaísmo era tão perigoso que Nicodemos e José de Arimateia tiveram um
encontro com Jesus, mas não queriam se revelar aos homens por medo de serem
mortos pelos fariseus (Jo 19:38-39). Quantos, hoje, também enxergaram a verdade
do evangelho, mas não conseguem de desvincular dos fariseus, por medo de serem
perseguidos, difamados e caluniados. Muitos! Conheço alguns. Amados, isso não
ocorre em lugar algum, apenas no farisaísmo. Você é livre. Jesus te fez livre
para adorar. O lugar da adoração não existe. Não é “onde”, é “como”. A adoração
deve ser em espírito e em verdade, não naquele ou nesse lugar.
O
fariseu é realmente perigoso.
Reflita
melhor, amado irmão, pense se você não está fazendo muitas coisas por mera
aparência, ou por amor ao seu partido, ou por medo dos fariseus.
O
objetivo desse texto, embora confronte muito daquilo que muitos entendem como
verdade, não é simplesmente apontar as mazelas desse sistema destruidor de
lares e de vidas, mas também exortar a todos a viverem o puro e simples
evangelho de Cristo.
O
evangelho não consiste em mandamento de homens, mas na graça de Cristo.
Consiste em mudança de vida de dentro para fora, não de fora para fora. É uma
mudança leve, não pesada. É uma transformação do Espírito, não do sistema
religioso. É a conversão de homens pecadores em homens adoradores, não em
prosélitos. É a paz de Cristo, não a paz do culto. É o amor a todos os homens,
inclusive aos inimigos.
Jesus
é a verdade que liberta, liberta inclusive dos partidos sectários. Paulo era “o
pior dos fariseus” e teve um encontro com a luz. A luz mostrou que Paulo, na
verdade, era cego. Talvez você esteja cego. A luz está brilhando, mas muitos
estão resistindo a seu brilho, “recalcitrando contra os aguilhões”. Não resista
ao Espírito Santos de Deus. Venha para a verdade e siga o evangelho de Cristo.
Dan Russel
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