segunda-feira, 30 de junho de 2014

FÉ: UM DOM DE DEUS

FÉ: UM DOM DE DEUS

(Por Gabriel Felipe M. Rocha)

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; mas é dom de Deus(Efésios 2:8)


Quando se fala sobre a questão da fé ser “dom de Deus”, abre-se uma discussão, principalmente entre as duas correntes soteriológicas mais comuns no protestantismo, a saber, calvinismo e arminianismo. De fato, dizer que a fé é “dom de Deus”, inquieta muito os da corrente arminiana. Contudo, tal inquietação é justa. Vejamos o seguinte:

Sendo a fé um dom de Deus, torna um pouco confuso o argumento da eleição prevista como quer os calvinistas. Deus escolheria para a salvação, nessa perspectiva da fé prevista, aqueles a quem Ele decidiu dar a fé de antemão, o que o tornaria parcial ao não dar a fé a todos. Por isso, são forçados a afirmar que a fé não é um dom de Deus e, para demonstrar isso, recorrem a Efésios 2:8.

O pressuposto é o seguinte: o pronome demonstrativo touto (“isto”) é do gênero neutro e, portanto, não pode referir-se a pisteos (“fé”) que é do gênero feminino. Sendo assim, eles estão corretos. Mas é importante ressaltar também que “isto” não pode se referir jamais à “graça”, pois kariti, de Karis é de igual modo feminino. Até mesmo “salvação” não poderia ser referência de “isto”, pois soterias é também feminino até porque a forma aqui é verbal. Sendo dessa forma, com base no contexto original, fica claro que o termo “isto” se refere ao ato da salvação como um todo. A fé, portanto, é o meio pelo qual o homem receberá o dom de Deus que é o ato da salvação. A responsabilidade humana não está aqui anulada. Em Lucas 18: 08, o texto bíblico diz: “Quando, porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?”, deixando claro que tal fé será cobrada do homem como um meio pelo qual a salvação – dom de Deus – será, enfim, concluída aqui na terra e acompanhada no Reino de Deus.

Portanto, estamos falando do ato da salvação como um todo, como está explícito na afirmação “pela graça sois salvos mediante a fé”. Ou seja, embora o pronome não se refira diretamente à fé, a inclui como tudo que é necessário para que se efetive o “sois salvos” que é, de fato, um dom de Deus.

Mesmo se precisássemos apenas dessa passagem para afirmar que a fé é um dom de Deus, não estaríamos desamparados de argumentos, como vimos aqui. No mais, essa afirmação é corroborada com outras passagens, formando assim uma doutrina consistente com o conteúdo e o ensino geral das Escrituras.

Por exemplo, Tiago afirma que “toda a boa dádiva, e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes” (Tiago 1: 17), sustentado por Pedro que escreve: “o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade” (2Pe 1:3) a ponto de Paulo mesmo perguntar: “que tens tu que não tenhas recebido?” (1Cor 4: 7). E isto, sem dúvida inclui a fé. Essa retórica paulina em 1Cor 4: 7 remete à pergunta que poderia entrar no contexto sem mudar o sentido da retórica: “o que não tens tu ainda para receber? O que te falta?”. Nesse caso, seria a fé.

Contudo, não estamos persuadindo aqui, ao mostrar a fundo esse contexto de Efésios 2:8, que a fé não é algo oriundo de Deus. Aliás, reforço aqui que a fé é oriunda da eternidade e é profética. Ela vem de Deus, é dom de Deus, é dádiva, é generosidade, é meio da graça NECESSÁRIA para a obra salvífica de Deus. Ela é efetivada na vida do crente pela ação exclusiva do Espírito Santo no ato da revelação de Cristo, no arrependimento e na conversão do mesmo. Ela (a fé) é o pontapé inicial (vindo da eternidade e não nosso) para a conclusão de todo o restante projeto do Espírito Santo de redenção humana. O projeto salvífico de Deus – pela graça – é eterno e profético (é dom de Deus) e só pode alcançar o homem (terreno e pecador) pela fé que também é profética.

Assim dizemos sem erro que o homem só pode adentrar o plano de Deus e fazer parte da eternidade do Criador se tiver sobre si os valores oriundos da mesma eternidade. Em suma, ele só poderá subir ao Pai utilizando o meio que o Pai envia, a saber, a fé em Jesus Cristo – o Mediador. O homem na sai condição de pecador e de ser depravado (destituído da glória) não pode conhecer a Cristo senão pela Revelação do mesmo a ele e não ao contrário. Não é um mero reconhecimento intelectual de quem foi ou é Cristo, mas é algo que parte do próprio projeto divino para seus eleitos e o mesmo Espírito testifica por meio da experiência pessoal o Cristo revelado ao que receberá a fé da Eternidade para contemplar tal revelação. Ou seja, Deus dá a se conhecer pelo Espírito Santo na Pessoa de Jesus e é a fé (da eternidade) quem vai ligar o homem (incapaz por si só) no reconhecimento de Jesus Cristo como Salvador, crendo no poder de seu sangue e na eficácia de seu sacrifício. Da fé, inicia-se (agora num plano terreno) todo o processo de redenção pela OBRA DO ESPÍRITO SANTO na regeneração do crente à salvação do crente.  A fé é recebida pelo crente como algo que Deus provou para que esse eleito venha a crer, mas isso, por outro lado, não anula a responsabilidade do mesmo no processo e no exercício dessa fé. A fé se firmará sob diversas formas, mas a principal virá com o constante contato desse crente com a Palavra, pois a Palavra é a fonte da fé. Ela é quem testifica do Cristo e, ouvindo a Palavra, cremos. De fé em fé continuamos fazendo firme nossa vocação.

Ademais, a Bíblia afirma que a fé vem pelo ouvir (João 10: 17). Bem, se a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus, como ela pode estar já definida? Não é tão simples discorrer sobre isso. No entanto, a fé vem pelo ouvir e pronto! Sendo assim, o ato da fé não é algo programado de antemão como algo definido de forma pessoal por um Deus parcial, mas é algo que é gerado pela ação do Espírito Santo que promove na vida do ouvinte ou leitor da Palavra a obra de redenção iniciada pela fé salvífica, o “meio” de graça fundamental para a efetivação do dom de Deus na vida do eleito. O texto em João 10: 17 deixa claro que, antes da pregação do Evangelho não há fé no homem, mas tal é gerada. Isso não anula a qualidade profética da fé. Ela é oriunda sim da Eternidade de Deus, até porque não é a fé natural do homem que é capaz de salvá-lo, mas sim a fé salvífica. Há uma diferença entre a fé natural do homem e a fé salvífica que é gerada pela ação espiritual. Poderemos trazer esse assunto em breve.


Aos romanos, Paulo fala da “fé que Deus repartiu a cada um” (Rm 12:13) e aos efésios, Paulo fala da “fé da parte de Deus Pai” (Ef 6:23) e, também, aos filipenses, conclui: “a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele” (Fl 1: 29) que remete ao ato consciente de aceitar tal carreira cristã em crer no Cristo e em morrer pela causa de Cristo.

Portanto, concluindo, não podemos pensar a fé como um presente ou um favor do homem a Deus, mas sim um presente de Deus ao homem – não de forma pessoal - na ação redentora do Espírito Santo. Sendo a fé efetivada no ouvir a pregação do Evangelho, podemos crer que o conteúdo da Escritura é por inspiração, revelação e iluminação do Espírito Santo que tende a revelar o Cristo glorificado e testificado pelas Escrituras. Logo, o mesmo Espírito “oferece” e “trabalha” a fé na vida do ouvinte ou do leitor da Palavra de Deus e na disposição consciente do indivíduo, a fé é plantada (como um grão de mostarda) e pode vir a dar seus devidos frutos para a vida eterna.


Gabriel Felipe M. Rocha é professor e acadêmico. Graduado em História (licenciatura e bacharelado) e pós graduado em Sociologia. Atualmente conclui um mestrado em Filosofia na área de Ética e também Antropologia. Possui um bacharelado em Teologia com ênfase em História da Igreja.


sexta-feira, 27 de junho de 2014

No zelo não sejais vagarosos

No zelo não sejais vagarosos

Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;” (Romanos 12.11)

“Remisso” é um adjetivo pesado. Os linguistas o identificam como “indolente”, “vagaroso”, “da pouca intensidade”. E era exatamente isso que Paulo queria dizer. O verdadeiro crente, salvo para servir a Cristo, não pode ter estas qualidades negativas. Nosso comportamento cristão denota o tipo determinante que somos diante do Senhor. “Pelos seus frutos os conhecereis”, disse Jesus (Mateus 7.16), significando que o mundo nos julga pelo que faremos, não pelo que dizemos…

O crente, membro da Igreja que é “remisso” é, também, por consequência trabalhoso, rebelde, inconstante e sem nenhuma consciência do seu chamado. Que faz ele? – nada. Não trabalha, – atrapalha.

Há três significações interessantes no sentido do adjetivo “omisso”, (– no grego):

1) “movimentar-se em favor de uma causa, ou de uma pessoa”, ou seja, estar disposto a dar-se,a gostar o seu tempo, a dedicar a sua vida na promoção de algo nobre, ou em favor de alguém. Este pensamento nos identifica com a causa nobre do Evangelho, empenho esse que levou Paulo a exclamar “Ai de mim se não evangelizar” (I Coríntios 9.16). O crente precisa saber “porque” e “para quê” é crente. Essa consciência de finalidade da vocação cristã é indispensável à vida consagrada. Embora vivendo neste mundo, nossa meta é a “cidade cujo fundador e construtor é Deus” (Hebreus 10.11,16). A responsabilidade de mostrar ao pecador o caminho que o levará à cidade celestial é toda nossa, – minha e tua. Não sejamos pois remissos nessa obra de sentido e realidade eternos; 2) um outro sentido de “remisso” é “fazer algo de maneira séria”, quer dizer, responsável, que assume compromissos e se esforça para cumprí-los. Impossível, irmãos amados, trabalhar ou realizar alguma coisa, cercado de irresponsáveis. Jesus é o maravilhoso arquiteto do crente responsável. Como crente, cristão de Cristo e membro da igreja do Senhor, você não pode, não deve ser um irresponsável. Infelizmente é o que muitos têm sido, para envergonhar o Evangelho, impossibilitando a obra do Espírito Santo e o crescimento do Reino de Deus; 3) o terceiro e último sentido que desejamos frisar é o de, pelo menos, “revelar disposição, boa vontade”. É o mínimo que Deus pode querer de nós, o que significa: se não estamos dispostos a fazer, e somos omissos, permitamos, ao menos, que outros façam. Quão doloroso é irmãos, vermos pessoas nas nossas igrejas, que se dizem crentes (seus nomes estão no rol de membros…) que por fraqueza espiritual, incredulidade, preguiça, descaso e inveja, estão propositadamente prejudicando a igreja de Jesus Cristo! Recomendamos a esses irmãos a leitura judiciosa de Gálatas 6.1 e Hebreus 10.26-31. Se estas escrituras não comoverem o seu coração, você não é um crente em Jesus; é um incrédulo verdadeiro, e está perdido. O caminho para o crente autêntico é não ser remisso, mas submisso, obediente e fiel, no zelo, no trabalho, no testemunho. 


Amém.

O Espírito Santo e o crescimento da igreja

O Espírito Santo e o crescimento da igreja

Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. 1 Coríntios 3:6
Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. 1 Coríntios 3:7

Se o Senhor Jesus não tivesse em mente a redenção daqueles que o Pai haveria de lhe dar, Ele poderia, talvez, se preocupar com “números”, “muita gente”, “multidões”,e teria dado uma ordem diferente daquela que deixou para a Igreja (discípulos) antes de Sua ascensão aos céus. Mas graças a Deus Ele agiu conforme o desejo do Pai e, como Deus, amou a salvação dos perdidos em imensurável graça. Suas palavras, talvez as mais lembradas pela igreja e, paradoxalmente, as mais negligenciadas também, foram (e ainda continuam sendo) estas: Vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” (Mateus 28.19 – NVI). Não sabemos quantos discípulos o Senhor Jesus tinha em mente, mas quando menciona nações, deixou claro que a missão da Igreja envolveria avanços, crescimentos, multiplicações.

Como Igreja do Senhor, precisamos rejeitar a numerofobia (o medo do crescimento – às vezes justificado da seguinte maneira: “Prezamos pela qualidade, não pela quantidade”) e a numerolatria(o culto aos números). Tanto a numerofobia como a numerolatria não fazem parte do propósito original do Senhor Jesus para a Igreja. A primeira trava a Igreja e constrói muito mais “muros” do que “pontes”. A segunda transforma o crescimento em um fim em si mesmo, onde os números são mais importantes do que as pessoas.

Como Jesus olhava para as almas e para as nações a receberem sua Palavra, a Igreja não pode deixar de fazer o mesmo; não pode querer só para ela o que foi ordenado que fosse compartilhado com todos. Olhando para o nascedouro da Igreja e seus “primeiros passos”, não temos dúvidas quanto ao propósito do Senhor Jesus em relação ao crescimento. Todavia, não podemos deixar de considerar que este crescimento contava com a saúde divina. O avanço da Igreja glorificava o nome do Senhor Deus.
O Espírito Santo foi derramado sobre um pequeno grupo e logo foi sendo derramado sobre mais e mais pessoas. O propósito do batismo fpi e é aperfeiçoar e capacitar a Igreja para o trabalho da obra do Pai. Em seguida já passamos a ouvir falar de multidões (falamos aqui do exemplo de Atos dos Apóstolos). Sob o poder e atuação do Espírito Santo os discípulos faziam sinais e prodígios: os Doze, Estêvão, Filipe, Paulo…  Conosco ainda pode ser semelhante se nos atentarmos para a verdade da Palavra, se buscarmos o genuíno avivamento espiritual (pela Palavra), pelos dons do Espírito, pela regeneração, santificação e transformação do Espírito que nos dá poder para testemunhar ao mundo da grande salvação, etc.
A ação do Espírito Santo é indispensável ao crescimento que glorifica o Senhor. Pelo Espírito Santo a Igreja recebe instrução e direção da parte do Senhor (sua função é ensinar à Igreja, conduzindo-a a Verdade – João 16.13-16). Esta mesma direção foi fator preponderante para que a mensagem do Evangelho do Reino chegasse à Ásia (Atos 16.6-10). Pelo Espírito as conversões passaram a acontecer em proporções jamais vistas; somente ele pode convencer e converter o ser humano, transformando-o em um discípulo de Cristo (João 16.8). A Igreja foi/é liderada pelo Senhor (Ele é o Cabeça do Corpo/ Igreja) e o Espírito capacita homens que tem a mente de Cristo e não somente a mente denominacional ou sectária. Só quem tem a mente de Cristo atrai vidas para Cristo. A Igreja é formada por pessoas santificadas pelo Espírito Santo e remidas pelo mesmo Espírito Santo e é liderada por homens separados pelo Espírito Santo (Atos 13.1-3). Pela ação do Espírito Santo, a obra missionária foi/é largamente impulsionada (Atos 13-28). Por todo o livro de Atos há registros de que a Igreja crescia, mesmo tendo contra si todo o esforço do inferno – Atos 5.14; 6.7; 9.31; 12.24; 14.1; 16.5; 17.4; 19.20 (Jesus havia predito que isto ocorreria: oposição e crescimento – Mateus 16.18).
Sem a ação do Espírito Santo, a Igreja pode até avançar, mas isto não será considerado “crescimento” diante de Deus; será um enchimento de prédios e não um “povoamento do céu”.
Nem numerofobia, nem numerolatria; simplesmente números, os números de Deus. Todos quantos Ele escolher, separar e chamar, a Igreja deve estar pronta para buscar, acolher e cuidar. Este é o crescimento saudável, o crescimento resultante da ação do Espírito Santo sobre a Igreja.


Pr. Gidiel Câmara Jr. / Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A UNIDADE DA IGREJA

Entendendo e vivendo a unidade
(a doutrina do Corpo de Cristo na sua aplicação prática)

 “…para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.” (João 17.23*).

A unidade cristã é um dos fatores vitais para a vida da igreja. Uma das marcas da Queda em nós é a dificuldade que temos de conviver pacificamente uns com os outros. Os relacionamentos quase sempre resultam em conflitos, que vão dos menores às guerras mais sangrentas. Para alguns a solução tem sido o isolamento ou individualismo.
A igreja tem uma natureza essencialmente coletivista, e a falta de unidade sempre resulta em fracasso na tentativa de ser igreja. Por isso, é preciso entender e viver a unidade. Sabendo o quanto ela é importante, Jesus pediu a Deus em nosso favor que fôssemos “perfeitos em unidade”. A unidade nos proporciona benefícios incontáveis. Vamos listar alguns:
A unidade promove o preparo espiritual da igreja para a vinda de Jesus
Por quê? Pois é no Corpo que o Espírito Santo realiza sua obra redentora que, por ser redentora, prepara o crente para o triunfo de Cristo em sua volta através de sua operação dinâmica e efetiva na igreja, seja em sinais, dons, santificação e edificação espiritual.

A unidade proporciona edificação espiritual
Em 1 Tessalonicenses 5.11 o apóstolo Paulo nos manda edificar uns aos outros. Construir uns aos outros, fazer o outro ser o quer tem que ser, para a glória de Deus. Este poder está na comunhão dos santos, no convívio dos crentes uns com os outros. A convivência tem o poder de nos aperfeiçoar por meio do compartilhamento de conhecimentos e experiências.
A unidade proporciona quebrantamento e transformação
Em 1 Pedro 4.12 o apóstolo nos exorta a não estranhar o “fogo ardente” que surge no meio da igreja, que parece algumas vezes comprometer a unidade. Unidade não é meramente ausência de conflitos, e sim, o foco fechado no ideal comum de glorificar o Salvador. Na unidade somos confrontados com nossas imperfeições e nossa tendência sempre é ir para a defensiva e negar as falhas, o que gera conflitos gigantescos e complexos. Muitas vezes tais conflitos não podem comprometer nossa unidade, antes, eles são permitidos por Deus para produzirem em nós quebrantamento. Por eles somos transformados. Em Provérbios 27.17 podemos ler: “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro.” Somos afiados e melhorados na unidade.
A unidade proporciona prestação de contas e santificação
Tiago 5.16 nos ensina a confessar nossos pecados uns aos outros, dentro do ambiente da unidade, pois nesta prática Deus derrama um poder natural de cura e vitória sobre o pecado. Muitos entendem que ninguém tem nada a ver com a vida deles, e por isso, acreditam que não precisam prestar contas de nada a ninguém. Este estilo de vida autônomo é uma das grandes tragédias da vida humana. Ninguém pode ser juiz de se mesmo, pois se for, estará só e totalmente vulnerável.
A unidade proporciona o ambiente para exercitar do amor fraternal
Temos aqui um grande desafio, pois não podemos e não devemos anular nossas particularidades. Temos muitas diferenças em várias áreas, em maturidade, cultura, em percepção, em conhecimento, em personalidade, em origem, em condição social etc. É exatamente nessa diversidade que o amor verdadeiro se expressa. O desafio consiste em entender e viver a unidade na diversidade.
A unidade viabiliza o cumprimento da missão
Viver em unidade não é apenas benéfico a nós no ambiente da igreja, mas também gera um poder extraordinário no serviço a Deus, e por si só, consiste em um testemunho eficaz aos da obra de Deus. Jesus disse em sua oração: “Para que o mundo creia que tu me enviaste”. (Grifo meu). Ou seja, a unidade da Igreja do Senhor é um fator imprescindível para um testemunho eficaz diante de todos os homens.
A unidade envolve pessoas diversas na formação de um corpo bem articulado, vivendo em total harmonia. Mesmo sendo tão diferentes, precisamos ser um, ter o mesmo propósito, observar a grandeza do que nos une e colocar de lado tudo aquilo que nos separa. Fomos resgatados das trevas e reunidos na Igreja, que é o Corpo de Cristo, para entendermos e vivermos a unidade. Para a glória de nosso Senhor.

Comunhão autêntica


Essa expressão “comunhão autêntica” é preciosa demais! E tem marcas identificadoras! Vejamos algumas marcas de uma comunhão autêntica!
1) Gente que se encontra!
Todos os que creram estavam juntos…” (Atos 2:44).
A igreja primitiva tinha essa narrativa bíblica a seu respeito, uma informação de que “estavam juntos”. E isso é fundamental para a comunhão ser autêntica: estar junto! Estar no mesmo lugar. Se encontrar sempre. Relacionar- se. Um hábito natural para o ambiente de trabalho. Uma agenda semanal para os estudantes. Contudo, para os crentes em Cristo Jesus, um encontro prazeroso e desejado! Um momento esperado e marcado na agenda do coração! Os crentes em Cristo Jesus não conseguem ficar sem se encontrar! Encontram-se no prédio das reuniões de culto, nas casas, nos hospitais, nos acampamentos, nos congressos, nas viagens missionárias, nas reuniões de oração… e em tantos outros lugares e ocasiões!
2) Gente que se ajuda!
Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus” (Romanos 16:3)
Aliás, na lista de todo o capítulo 16 de Romanos (até o verso 16), encontramos essas marcas de comunhão autêntica! Cooperação, trabalho, acolhimento, hospitalidade, oração, aconselhamento, celebração, solidariedade, interesse, amizade, etc… etc… etc. Esse “negócio” de chamar um ao outro de “Ô meu irmão! Ô minha irmã!” É de fato e de verdade! Há um parentesco espiritual realizado pela obra redentora de Jesus Cristo em cada um de nós! Essa adoção pelo Espírito nos faz filhos de Deus (Romanos 8:12-17). E viver essa fé familiar em comunhão com o povo de Deus é bênção demais para quem tem o privilégio e a alegria de participar e permanecer!
3) Gente que se ama
O número do crente é 13: 35! João 13: 35 – “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”.
O amor é marca da comunhão autêntica, expressa através de atitudes de envolvimento e total comprometimento. Na comunidade da fé o amor não precisa de tragédias para se manifestar, ou seja, no ordinário, no cotidiano, no corriqueiro da vida ele está! Aliás, Jesus definiu esta como uma marca, um sinal de seu discipulado em nós!
4) Gente que se perdoa

Aquele “assim como” de Mateus 6:12, ou seja, na mesma medida. Somos perdoados por Deus e perdoamos uns aos outros, sempre!

Na força que vem de Deus, perdão livre e sempre pronto para fluir a quem dele necessitar. E isso tudo é tão saudável e leve. Todos que assim procedem são bem mais alegres e felizes! Comunhão autêntica, o plano de Deus para todos nós! Venha e faça parte conosco você também!

(*Citação bíblica extraída da Tradução Almeida Corrigida Fiel/ACF – Sociedade Bíblica Trinitária do Brasil.).


Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte

quarta-feira, 25 de junho de 2014

SALMO 25:1


“A ti,Senhor,levanto a minha alma”


O momento atual, requer atenção, caminhada constante rumo ao alvo (salvação) sem se desviar jamais.

A igreja foi instituída pelo Senhor Jesus com um propósito dinâmico de receber e levar a salvação. Testemunhar do Reino e anunciá-lo ao mundo. Isso requer trabalho, caminhada constante, posição firme e segura em sua presença e, necessariamente, definição.

No salmo 25, Davi ora a Deus por causas particulares como: o livramento dos inimigos e o perdão de Deus. No entanto, Davi humildemente se coloca neste salmo como um mero servo que quer “saber os seus caminhos” v.4. Quer lutar, vencer em Deus, quer fazer a perfeita e agradável vontade do Senhor como um soldado alistado para a guerra. É este o salmo do servo que quer ser do Senhor um instrumento e, que reconhece sua miséria humana assim como reconhece a grande misericórdia do Senhor.

Vamos entrar um pouquinho no Salmo 25:1 ao 3.

A ti Senhor,levanto a minha alma” v.1

“levanto” no original hebraico está ligado diretamente ao verbo: “nasáh”, e correspondente também aos verbos "erguer", "aceitar", "suportar" e "produzir". Todos pertencem à mesma raiz de "nasáh".

- nasah = aceitar. Então o salmista diz: “a ti Senhor, aceito-te, com minha alma (entendimento). Para servir ao Senhor e se achegar a ele é preciso estar disposto e se levantar com entendimento. Por exemplo: Senhor, eu te sirvo porque me resgataste da morte e,porque eu quero e te aceito como Deus,entendi o que é salvação. Com o entendimento de SUA VONTADE.

- nasah = suportar/padecer. Então o servo do Altíssimo , no entendimento do plano redentor de Deus, suporta as aflições de Cristo pela fé e se faz co-herdeiro com Ele da Glória Eterna na fé em Cristo e nos gestos de Cristo.Carrega sua cruz.Padece pela Cruz de Cristo.

-nasah= produzir- trabalha e dá frutos. Não será jamais cortado e lançado ao fogo , mas é um servo como árvores que produzem bons frutos. (Ver em João 15)

é um verbo associado com o substantivo: Pajem (função), o que leva as armas, carrega-as. Efésios 6: 11 “revestis de toda a armadura...”. Nos texto então é valido: “A ti,Senhor,me alisto para combater com minha alma” (existência). E a promessa para isso é firme: “ao que vencer...darei de comer da árvore da vida”.

- nasah= exaltar- adorar, louvar a um só Deus, o Senhor. Quer ser servo? Quer ser amigo de Deus? Seja grato! Não se alista para uma guerra,se não há um desejo e uma gratidão pela nação defendida. Em Jerusalém (celestial) está o nosso louvor.

nasah= também significa perdoar; dar; doar; Todo o caráter do servo do Senhor está contida numa única palavra: “Levanto”. Tal caráter tem a semelhança de Cristo se dando pelos outros, doando-se, perdoando sempre. Quer ser servo? Sirva! Quer chegar a Deus como Davi chegava? Entregue-se totalmente.

O ato de se levantar para Deus e à Deus traz consigo um segredo. Não se faz servo por uma escolha racional e nem por uma condição emocional humana, mas pela graça e pela regeneração do Espírito Santo na transformação de caráter (nascendo da água) pelo Espírito Santo que nos “impulsiona” a levantar.

Vários atos na Bíblia relacionados a levantar, estão ligados a uma operação de Deus e de seu Espírito na vida do que foi erguido. Ezequiel teve essa experiência no capítulo 2,verso 1: “e disse-me: Filho do Homem, põe-te de pé, e falarei contigo”. Estar de pé diante de Deus é uma escolha. Estar de pé diante de Deus é uma transformação dinâmica de vida e, ao mesmo tempo, resultado da eficácia da Palavra em nossas vidas.

Elias em 1Rs 19: 7,8 também teve tal experiência. Para prosseguir no caminho, teve de se levantar. E para comer do manjar preparado (pão cozido), foi preciso estar de pé diante de Deus. Para o servo conhecer mais de Jesus, e se alimentar dele de verdade conhecendo de fato a Revelação de Jesus Cristo, é preciso primeiro fazer como Davi: “A ti, Senhor, Levanto a minha alma”. Alma dá a ideia no original de "existência". Significa. Portanto, no original: “para ti, Senhor, levanto, minha existência”.

Davi orava a Deus neste salmo “levantando sua alma” mas,ao mesmo tempo, descendo totalmente diante do Senhor. Nota-se que a partir do verso 7, Davi se expõe por inteiro como pecador e transgressor diante de Deus e roga misericórdia. Ele se levantou (em oração) para descer (reconhecer seu estado de "homem necessitado"). E desceu (humilhou-se) para se levantar (em espírito) para o renovo de Deus.

Davi, primeiro,estabeleceu um elo vertical para com Deus: “A ti levanto”; v.2 “ em ti confio”; “és o Deus da minha salvação” v.5. A oração estabelece esse elo vertical, pois ela liga o homem (de fé) a Deus. É a comunicação entre o ser finito com o Transcendente. Nessa comunicação (oração), o ser finito se abre à sua infinitude essencial e sobe (em espírito) ao patamar transcendental, ou seja: se coloca em espírito no tempo da Eternidade. Só podemos estabelecer esse elo pala graça do próprio Deus que quis se revelar em Jesus e, agora pelo Sangue derramado da cruz, nós podemos (em Nome de Jesus) chegar a Deus.

Logo Davi, na condição de homem, se expõe ao Senhor num elo horizontal (humano/terreno): “não te lembres dos pecados” ; “minha mocidade”; “minhas transgressões”. E é exatamente neste ato horizontal que Davi se abre para Deus , como se estivesse com os braços erguidos e abertos ao Pai, ligado e dependente por inteiro da misericórdia de Deus.

Nota-se uma semelhança com a cruz. A ti levanto minha alma (minha existência, no original), ou seja: Levanto a minha vida e abro-me pelos meus pecados.Revelo os meus erros e minhas falhas.

A oração de Davi neste salmo é uma oração voltada à cruz de Cristo e com a essência direta na sua mensagem, mas num ato de entrega e morte de si mesmo.

Para se estar diante de Deus é necessário carregar nossa cruz, mas , para morrer nela o velho homem e ressurgir o novo homem com Cristo.

Levantar a alma (a ti,Senhor levanto minha alma) é entregar a Deus a nossa existência humana, carnal, e terrena. Como no sacrifício do antigo pacto, levantando a oferta e depositando no altar para ser queimada.

Alma , no original hebraico está ligado à: “nephes” que quer dizer: criatura, corpo (carne), fôlego, desejo, eu, mente, prazer.

Muito interessante e maravilhoso isso. No texto em original, Davi orava assim:

Verso1º “ Para ti, Senhor, dedico em entrega,gratidão,satisfação e devoção a minha existência , carnalidade, meu corpo e mente,meus desejos pessoais e meus prazeres terrenos”.

Verso 2º “Deus meu, em ti confio (verbo “batah”/ verbo hebraico = corro em busca de refúgio;estou preso e firmado;deposito tudo), não me deixes confundido...”

Confundido, no original, “bôs”, dá a idéia de : estar atrasado, fora de uma zona desejada.

Então Davi orava: “ Em ti corro todos os dias, não me deixes chegar atrasado ao meu desejo”. O desejo de nossa alma é a Eternidade de Deus. Nossa alma anseia pelo Criador.

Ele falava (em teor profético) a respeito daquele em que nós hoje corremos, Jesus, o caminho, corremos pelo premio, para não chegar atrasados ao banquete na eternidade e para jamais nos atrasarmos como as cinco noivas imprudentes que, por falta de óleo, não entraram à meia noite.

Quer estar salvo em cristo? Levanta-te e entrega-te. Entrega o seu caminho ao Senhor e viva uma nova caminhada rumo à Vida Eterna. Amém!

Gabriel Felipe M. Rocha

Jesus vem!

terça-feira, 24 de junho de 2014

CRISTO, O MESTRE DE NOSSOS CORAÇÕES



(C.H. Spurgeon)

"A graça que não torna um homem melhor do que os outros é imitação sem valor"

Texto base: Mt 1.21

"Quando perguntadas sobre o que a salvação significa, muitas pessoas respondem que é 'ser salvo do inferno e levado ao céu'. Esse é um resultado da salvação, mas é apenas uma parte do que essa bênção contém. É verdade que nosso Senhor Jesus Cristo redime todo o seu povo do castigo que virá; Ele os salva da terrível condenação decorrente de seus pecados. Todavia, seu triunfo é muito mais completo do que isso. Ele salva o seu povo 'de seus pecados'. Oh, que excelente livramento nossos piores inimigos e maiores fraquezas, onde Cristo realiza uma obra de salvação, expulsa Satanás de seu trono e não mais o deixará ser o mestre. Nenhum homem é cristão verdadeiro se o pecado reina em seu corpo mortal. O pecado estará em nós - ele nunca será totalmente expelido até que nosso espírito entre na glória - mas nunca terá o domínio. Haverá uma batalha entre domínio e resistência em relação à nova terra e ao novo espírito que Deus implantou, mas o pecado nunca terá a supremacia para tornar-se o monarca absoluto de nossa natureza.

Cristo será o Mestre do coração, e o pecado deve ser eliminado. Se o Salvador não santificou, você não o renovou e não lhe deu um sentimento de aversão pelo pecado e amor pela santidade, não fez nada em você relacionado ao caráter da salvação. A graça que não torna um homem melhor do que os outros é imitação sem valor. Senhor, salva-me agora de todo mal e capacita-me para honrar meu Salvador."

(Fonte: O melhor de Charles Spurgeon, p. 36, CPDA, 2007)

Sobre a Entrevista de Caio Fábio



Caio Fábio: Parece, mas não é (para refutar as heresias faladas)


(Por Thiago Oliveira)


Ontem (23/06/2014) foi ao ar uma entrevista com o Caio Fábio, realizada por Danilo Gentili em seu programa, o The Noite (veja aqui). O Caio foi apresentado como um dos mais polêmicos pastores, até mesmo para os evangélicos. Entenda-se polêmico por herege, e o entrevistado até assumiu isso dizendo que a acusação de heresia é resultante a sua declaração de que o Antigo Testamento caducou. Foi um papo (digamos) interessante, que girou em torno de meia-hora. A entrevista, gravada semanas antes causou um frenesi entre os seguidores do Caio, que divulgaram bastante a entrevista. Afinal, havia muito tempo que ele não tinha espaço na televisão.

Para quem não sabe ou não conheceu, o auge do ministério do Caio Fábio se deu quando ele era um ministro presbiteriano. Viajando por todo o país, lotando igrejas e auditórios, e tendo inúmeros VHS’s e CD’s com seus sermões vendidos, ele havia se tornado uma referência entre os cristãos evangélicos, sobretudo os protestantes históricos. Era uma unanimidade. Mas o Caio de outros tempos caiu, como é passível de acontecer com qualquer um de nós. A questão não foi o seu pecado, mas a forma orgulhosa de não querer ser tratado. O seu orgulho causou a sua ruína ministerial. Ferido, todavia inchado, juntou-se a outros também machucados e criou o Caminho da Graça, para acolher aqueles que se denominam desigrejados. 

Quem não sabe quem ele é fica impressionado, pois sua oratória é das melhores. Outro fator que atrai a simpatia do público são as suas denúncias aos mercadores da fé. Caio começou muitíssimo bem a entrevista. Disse algo que concordo: A igreja brasileira, no geral, é manobrada por pastores mal intencionados e despreza o ensino. Isso é notório, vide as heresias que são denunciadas aqui nesse blog. Ele bateu forte no segmento Neopentecostal, mas bater nos neopentecostais é fácil, pois quem tem um pingo de consciência sabe que suas práticas são antibíblicas. O negócio é defender e preservar a sã doutrina em meio aos heréticos e mercadológicos desvios do neopentecostalismo. E é aqui que o Caio Fábio pisa na bola, e feio.

Durante o programa, algumas bobagens foram ditas (não perderei tempo com a questão dos extraterrestres). Uma delas é que o Antigo Testamento está totalmente invalidado. Isto é uma falácia muito fácil de se resolver. Os 10 mandamentos são uma amostra de que a Lei tem uma parte observada, mesmo nós estando agora sobre a benção da nova aliança. John Piper fala muito bem acerca disto:

1- Os sacrifícios de sangue cessaram, pois Cristo cumpriu tudo para o que eles estavam apontando. Ele foi o sacrifício final, irrepetível, pelos pecados. Hebreus 9:12: “Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção”.

2- O sacerdócio que ficava entre o adorador e Deus não existe mais. Hebreus 7:23-24: “E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer. Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo”.

3- O templo físico cessou de ser o centro geográfico da adoração. Agora, o próprio Cristo é o centro da adoração. Ele é o “lugar”, a “tenda” e o “templo” onde encontramos Deus. Portanto, o Cristianismo não tem centro geográfico, nem em Meca, nem em Jerusalém. João 4:21-23: “Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai...Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”. João 2:19-21: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei...Mas ele falava do templo do seu corpo”. Mateus 18:20: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”.

4- As leis alimentícias, que colocavam Israel aparte das nações, foram cumpridas e acabadas em Cristo. Marcos 7:18-19: “E ele [Jesus] disse-lhes: Assim também vós estais sem entendimento? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, porque não entra no seu coração, mas no ventre, e é lançado fora?... (Assim declarou puros todos os alimentos)”.

5- O estabelecimento da lei civil sobre a base de um povo etnicamente fixado, que foi diretamente ordenada por Deus, cessou. O povo de Deus não é mais um corpo político unificado ou um grupo étnico ou um estado-nação, mas são peregrinos e forasteiros entre todos os grupos étnicos e Estados. Portanto, a vontade de Deus para os Estados não deve ser tomada diretamente da ordem teocrática do Antigo Testamento, mas deve ser agora restabelecida de lugar para lugar e de tempo para tempo, pelos meios que correspondam ao governo soberano de Deus sobre todos os povos, e que correspondam ao fato de que a genuína obediência, enraizada como ela é na fé em Cristo, não pode ser coagida pela lei. O Estado é, portanto, fundamentado em Deus, mas não expressivo da regra imediata de Deus. Romanos 13:1: “Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus”. João 18:36: “Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos”. [1]

Estes são os pontos da Lei que não vogam, pois Cristo os cumpriu. Também não estamos mais debaixo de sua condenação. Todavia, sua moralidade não está caduca. É tanto que os apóstolos se valem dos princípios veterotestamentários para trazer ensinamento a igreja do primeiro século. Desprezar todo o Antigo Testamento é ir além do que Jesus e os seus apóstolos fizeram ou ensinaram. Em Mateus 22:37-40, os dois grandes mandamentos ensinados pelo Salvador são do Pentateuco: Levítico 19:18 e Deuteronômio 6:5. Portanto, se nós amarmos a Deus e amarmos ao nosso próximo, estamos cumprindo uma Lei do Antigo Testamento. Prova suficiente para atestar que ele não caducou, como disse o Caio Fábio.

A outra bobagem foi a de relatar uma possível contradição bíblica. Respondendo a uma questão levantada por Gentili sobre os nefilins, Caio Fábio falou sobre Ogue, rei de Basã, e disse que ele era um sobrevivente do dilúvio. O próprio Danilo ficou espantado com isso, pois disse ter aprendido que só Noé e sua família sobreviveram. E o apresentador está correto. A Bíblia é categórica: 

E toda a carne que se movia sobre a terra, tanto de aves e de gado, e de animais, e de todo réptil que se arrasta sobre a terra, e  cada homem: Tudo estava em suas narinas o fôlego da vida, tudo o que havia na terra seca, morreu.  E cada substância viva foi destruído o que havia sobre a face da terra, o homem e o gado, e os répteis e as aves do céu; e eles foram exterminados da terra, e ficou somente Noé, e os que estavam com ele na arca”. - Gênesis 7:21-23

A lenda de Ogue ter sobrevivido ao dilúvio é folclórica e não histórica. Não há bases bíblicas e arqueológicos que sustentem esta afirmação. Ademais, o Caio Fábio é conhecido por afirmar de maneira axiomática coisas que a Bíblia sequer deixa claro. A regra hermenêutica clássica é a de que a Escritura se auto interpreta. Obviamente, utilizamos recursos como documentos históricos e achados arqueológicos para fazermos uma boa exegese, no entanto estas ferramentas apenas nos servem de apoio aquilo que está biblicamente claro, sendo extremamente perigoso usar de tais recursos para tentar revelar aquilo que Deus soberanamente quis deixar encoberto aos olhos humanos.

No fim da entrevista, vemos um Caio bonachão, falando de suas experiências sexuais de uma maneira vulgar, típico de quem quer se mostrar um cara livre das amarras da religião e parecer descolado. Para atestar sua postura fala que Cristo era alguém tão boa praça que não ligava para o fato de uma pessoa ser gay ou de uma mulher ser p*t*. Este Jesus indulgente também está longe de ser o Cristo da Escritura. É bem verdade que pecadores conviveram com ele, porém todos foram transformados pela Palavra e abandonaram as práticas pecaminosas. 

É extremamente perigoso o discurso liberal do Caio Fábio. Fere a ortodoxia e estimula pessoas a abandonarem a prática de congregar como igreja. Sabemos da imperfeição da natureza humana presente na igreja visível. Só que devemos nos lembrar que a natureza divina da igreja nos levará em triunfo para a glória. E para isso deve haver perseverança no Corpo dos Santos até o fim. Sinceramente, fico triste por ver alguém com o carisma e o intelecto do Caio prestando um desserviço ao Evangelho. Ainda mais quando recordo de que ele já foi um cooperador do mesmo. Para alguns ele continua pastor. Em certo sentido até parece com um, mas não é. Eu, como um jovem aspirante ao Ministério, devo tomá-lo como exemplo de que o importante não é começar bem, mas sim, terminar bem. Tal como Paulo, antes perseguidor da Igreja, tornou-se o principal divulgador do cristianismo e disse convincentemente: 

Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”. - 2 Timóteo 4:7

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Nota:

[1] - John Piper - Como Cristo Cumpriu e Acabou com o Regime do Antigo Testamento

A reconciliação com Deus

A reconciliação com Deus

“De modo que, de agora em diante, a ninguém mais consideramos do ponto de vista humano. Ainda que antes tenhamos considerado Cristo dessa forma, agora já não o consideramos assim. Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação. Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo suplicamos: Reconciliem-se com Deus.  Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:16 ao 21)


Em 2 Coríntios 5:16-21, Paulo descreve como a salvação através de Cristo funciona atraindo o conceito de reconciliação. Por que Paulo escolheu esse termo? Em Português, reconciliar significa “Fazer voltar à antiga amizade (aqueles que se malquistaram).” Vem do Latim reconciliare que significa “reunir-se novamente.” Esse contexto é bem aplicável, pois, quando o primeiro homem pecou, rompeu-se completamente a amizade com Deus e, sendo assim, a humanidade se encontra em constante inimizade com o Criador. Mas Cristo é a proposta divina para a reconciliação. E isso partiu da própria generosidade de Deus (graça) que, por Ele mesmo, quis se reconciliar com o pecador por intermédio de seu Filho através do sangue inocente. Hoje, nós todos, podemos chegar a Deus como amigos quando cremos na eficácia desse sacrifício perfeito.

Escrevendo em Grego, Paulo usa uma palavra diferente: καταλλάσσω (katallassō). No coração desta longa palavra se encontra a raiz ἄλλος (allos) que significa “outro”. Então o verbo katallassō significa “trocar uma coisa por outra coisa.” É utilizado normalmente no Grego Clássico para referir-se a troca de bens ou dinheiro. Depois foi aplicado às relações de apaziguamento entre pessoas ou nações em disputa; as duas partes deixam o rancor de lado e voltam a ser amigas.

Autores Gregos nunca utilizaram o termo katallassō em um contexto religioso. A inovação de Paulo é a utilização do idioma de troca/escambo para explicar a mensagem cristã da salvação. Ele diz que Deus faz as pazes entre ele e a humanidade, trocando sua própria justiça pelos pecados da humanidade. Essa justiça estaria no sangue do único Justo, a saber, Jesus Cristo. Este termo, que teria lembrado a audiência de Paulo sobre relações internacionais, é especialmente propício porque mostra a necessidade da morte de Cristo em uma cruz e a importância do derramamento de sangue para tal reconciliação. Ou seja, sem esse derramamento, não pode haver a troca no sentido empregado por Paulo, pois só há a troca quando Deus recebe nosso pecado dando-nos o perdão e a reconciliação.

O interessante é notar que: nós, seres humanos, somos seres em constante pecado e, sendo assim, constantemente necessitamos de um renovo para chegar diante de Deus.

Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.
Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”
(1 João 1:7-10)

Neste acordo de reconciliação, Cristo funciona como o mediador, o agente que vai e volta entre as duas partes até que a fenda seja remendada: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2 Cor 5:19). Sem Cristo como facilitador da troca, a reconciliação seria impossível.

" A cruz é aquela grande e última palavra de Deus ao homem que explica tudo o que precisa ser explicado e responde as nossas persistentes perguntas sobre o propósito e a obra de Deus entre os homens” (Paul Washer)







(Por Gabriel Felipe M. Rocha/ Interpretação grego/português por Jonathan A. Lipnick)

O Culto No Lar

O Culto No Lar (O Culto Familiar)


(Por A. W. Pink/ adaptações, considerações e acréscimos de Gabriel Felipe M. Rocha)



Existem algumas ordenanças exteriores, orientações espirituais e meios de graça muito importantes que estão nitidamente implícitos na Palavra de Deus e que para o servo de Deus representa saúde espiritual, mas,  para a prática destes, a maioria das igrejas atuais têm pouco apego, quando algum, direcionamento e preceitos positivos e incentivos ao uso dos tais. Até mesmo a oração que é um meio de graça infalível e é característica do genuíno crente em Jesus não é tão incentivado em algumas igrejas modernas; mas, tais bênçãos e práticas de fé nos é dada a obtê-las a partir da obra redentora do Espírito Santo, pela experiência pessoal com Jesus Cristo (Jesus revelado em nós) e do exemplo de homens (heróis da fé) e, a partir de diversas circunstâncias secundárias.. Uma importante finalidade é respondida por este arranjo: desta forma é feito o julgamento do estado de nossos corações. Isto serve para fazer evidente, se por um comando expresso não possa ser exigido o seu cumprimento, cristãos professos negligenciarão um dever claramente implícito. Deste modo, mais do estado real de nossas mentes é revelado, e isto torna manifesto se temos ou não um amor ardente a Deus e ao Seu serviço. Isto se aplica tanto ao culto público (em nossas igrejas) quanto ao familiar (em nossos lares). Ainda assim, não é de todo difícil comprovar a obrigação da piedade doméstica.

Primeiro considere o exemplo de Abraão, o pai da fé e o amigo de Deus. Foi através de sua piedade doméstica que ele recebeu a bênção do próprio Senhor, “Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo” (Gênesis 18:19). O patriarca nisto foi elogiado, por instruir seus filhos e servos nos mais importantes de todos os deveres, “o caminho do SENHOR” – a verdade sobre a Sua Gloriosa Pessoa, Seu direito Supremo sobre nós, o que Ele exige de nós. Observem bem as palavras “para que [ele] ordene”, ou seja, ele usaria a autoridade que Deus lhe dera como pai e cabeça de sua casa, para aplicar os deveres da piedade familiar na revelação outorgada por Deus por intermédio do Espírito Santo. Abraão também orou com, bem como instruiu a sua família – Aonde quer que fixasse a sua tenda, ali ele “edificou um altar ao Senhor” (Gênesis 12:7; 13:4). Agora, leitores do Blog Palavra a Sério, bem podemos perguntar-nos, somos nós a “descendência de Abraão” (Gálatas 3:29) – se nós “não fazemos as obras de Abraão” (João 8:39) e negligenciamos o importante dever do culto em família? Ignorar o culto no lar é ignorar a benção e a presença do Criador em sua casa e para sua família. Se o cabeça não governa bem sua casa, como cuidará das coisas do Senhor nas igrejas? Como diz amar a Deus se nega tal comunhão para a própria esposa e filhos? Tem quem faz pior até. Tem quem é hiper-mega- super santo na igreja, conhece todas as orientações da igreja, está “antenado” em tudo, mas em casa maltrata a esposa e os filhos. Esse já caiu da graça e não serve para o serviço do Rei.

O lar é a extensão da igreja. Isso é tão importante e sério que, Paulo, ao escrever sobre alguns serviços eclesiásticos, ou seja, ministérios, serviços, etc., ele orientou que os mesmos (os eleitos para tais cargos) deveriam ser homens zelosos e incorruptíveis dentro do lar e, primeiro, governar bem sua casa. Aliás, a FAMÍLIA é a instituição mais antiga que a própria IGREJA. A família foi, digamos, a “primeira igreja de Deus”. Comprovamos isso nas Escrituras veterotestamentárias (Antigo Testamento) onde o sistema patriarcal imperava.

Os exemplos de outros homens santos são semelhantes ao de Abraão. Considere a piedosa determinação de Josué, que declarou a Israel, “porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24:15). Nem mesmo a elevada posição que ocupava, nem a urgência dos deveres públicos que o pressionavam, distraíram sua atenção do bem-estar espiritual de sua família. Novamente, quando Davi trouxe de volta a arca de Deus para Jerusalém com júbilo e ações de graça, depois do exercício dos seus deveres públicos, ele voltou “para abençoar a sua casa” (2 Samuel 6:20). Além destes eminentes exemplos, podemos citar os casos de Jó (1:5) e de Daniel (6:10). Limitando-nos à somente um [caso] do Novo Testamento, lembramos da história de Timóteo, que foi criado em um lar piedoso. Paulo trouxe à memória a “fé sincera” que havia nele, e acrescentou: “a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice”. Há aqui uma admiração tal que o apóstolo poderia dizer “E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras” (2 Timóteo 3:15)!

Derrama a tua indignação sobre as nações que não te conhecem e sobre os povos que não invocam o teu nome!” Jeremias 10:25. Nós imaginamos quantos de nossos leitores tem ponderado seriamente nestas temíveis palavras! Observem que terríveis ameaças são pronunciadas contra aqueles que negligenciam o culto familiar! Quão inefavelmente grave é descobrir que as famílias que não oram são aqui comparadas aos pagãos, que não conhecem ao SENHOR. Mas, isto não deve nos surpreender. Por que, existem muitas famílias pagãs que se reúnem em adoração aos seus falsos deuses. E eles não envergonham milhares de cristãos professos?

Quão ruidosamente estas palavras deveriam falar a nós. Não é suficiente que oremos individualmente em nossos quartos; também é exigido de nós que honremos a Deus em nossas famílias. A cada dia, todos os familiares devem estar congregados juntos para curvarem-se diante do Senhor – para confessar seus pecados, para dar ações de Graças pelas Misericórdias Divinas, para clamar por Seu auxílio e bênção. Nada deve ser permitido interferir neste dever: todos os demais compromissos domésticos devem ser submetidos a este. O chefe da família deve ser aquele que dirige as devoções – mas se ele estiver ausente – ou gravemente enfermo – ou se não for convertido, então a esposa pode substituí-lo. Sob nenhuma circunstância o culto familiar deve ser omitido. Se pretendemos desfrutar das bênçãos de Deus sobre nossa família – então, façamos com que os membros reúnam-se diariamente para louvar e orar. “Honrarei aqueles que me honram” é a Sua promessa.

Um antigo escritor bem disse, “Uma família sem oração é como uma casa sem telhado, aberta e exposta a todas as tempestades.” Todo o nosso conforto doméstico e misericórdias temporais, emanam da Benignidade do SENHOR. O melhor que podemos fazer em retribuição, é reconhecer agradecidos juntos, Sua bondade para com a nossa família. Desculpas contra o cumprimento deste dever sagrado – são indolentes e inúteis. De que servirá, quando nós prestarmos contas a Deus quanto à mordomia de nossas famílias – dizer que nós não tínhamos tempo disponível, trabalhando muito da manhã até a noite? Quanto mais urgentes são os nossos deveres temporais – maior é a nossa necessidade de buscar auxílio espiritual. Nem tão pouco cristão algum pode alegar que não estava capacitado para tal serviço – dons e talentos são desenvolvidos pelo uso – e não pela negligência.

O culto familiar deve ser realizado de forma reverente, cristocêntrica, sincera e simplificadamente. Para que então, os pequeninos recebam as suas primeiras impressões e formem a sua concepção inicial a respeito do Senhor Deus.

Precisa-se ter grande cuidado para não dar a eles uma falsa ideia sobre o Caráter Divino, e para isto, deve-se preservar o equilíbrio ao comunicar sobre a Sua Transcendência e imanência, Sua Santidade e Sua Misericórdia, Seu Poder e Sua Ternura, Sua Justiça e Sua Graça. O culto pode ser iniciado com breves palavras de oração invocando a Presença e bênção de Deus. Pode-se seguir com uma pequena passagem da Sua Palavra, com breves comentários sobre a mesma. Dois ou três versos de um Salmo ou hino podem ser cantados. Encerra-se com uma oração de entrega nas Mãos de Deus. Ainda que possamos não ser capazes de orar com eloquência, podemos orar sinceramente. As orações breves são as que geralmente prevalecem. Cuidado para não cansar os mais jovens.

As vantagens e bênçãos do culto familiar são incontáveis.

Primeiro, o culto em família prevenirá muitos pecados, pois introduzirá já a importância do Sangue de Cristo e nosso livramento da morte por sua graça. Daí os filhos serão introduzidos já cedo ao temor, à reverência e ao louvor pela salvação em Cristo no entendimento da graça e do Evangelho de Jesus Cristo. Ele gera temor na alma, transmite um senso da majestade e autoridade de Deus, determina solenes verdades diante da mente, e derrama bênçãos de Deus sobre o lar. Piedade pessoal no lar é um meio mais influente, abaixo de Deus, para estimular a piedade aos pequenos. Crianças são, em grande parte, criaturas de imitação, dedicando-se a copiar o que observam nos outros.
O culto no lar é o local apropriado para Jesus se revelar para a família. Ele faz isso nas igrejas por intermédio da ação do Espírito santo, mas na família será sempre algo íntimo e marcante. Uma experiência particular que marcará o lar para sempre como lar onde Deus habita. Uma extensão da igreja. A família que se reúne em casa em Nome de Jesus, tem algo sempre mais profundo de espiritualidade e exemplo para compartilhar no Corpo de Cristo.

Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos, a fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes; para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos.” (Salmo 78:5-7).

Atualmente, quanto das terríveis condições moral e espiritual das multidões, poderiam ser provenientes da negligência de seus pais neste dever? Como estes que negligenciam o culto a Deus em suas famílias – esperam por paz e conforto nelas? Oração diária em casa é um abençoado meio de graça para dissipar aquelas tristes corrupções das quais nossa ordinária natureza é sujeita.

Finalmente, a oração em família obtém para nós a presença e a bênção do Senhor. Aí está uma promessa de Sua Presença que é particularmente aplicável a este dever, “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” Mateus 18:20. Muitos têm encontrado no culto familiar, aquele auxílio e comunhão com Deus os quais eles têm buscado, com menor eficácia, na oração particular.

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O Senhor Jesus vem!!!