quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Parte 4

Quarta parte

6 – Igreja C. Maranata: um celeiro de fariseus:

O FARISAÍSMO CONTINUA VIVO NOS DIAS ATUAIS. O sistema continua o mesmo. Nele, há algumas verdades, porém há muito mais mentiras, sendo esse o seu perigo: apresentar mentiras sutis e destruidoras, acobertadas por algumas verdades.

Jesus entra, então, neste cenário, combatendo veementemente o farisaísmo, justamente porque os fariseus, por apresentarem algumas verdades e por se preocuparem excessivamente com a piedade aparente, consideravam-se superiores a todos os homens.
Não é sem motivo que Jesus os chama de “sepulcros caiados”, como ele diz em Mateus 23:27: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia”.

Esses sepulcros caiados eram sepulcros enfeitados. Sim, por mais mentiras, ladroíces, traições e enganos que existissem dentro de suas sinagogas, os fariseus não se arrependiam diante de Deus e, consequentemente, aparentavam, diante da população, serem santos e irrepreensíveis.

Jesus, durante todo seu ministério, travou diversos embates com esses religiosos hipócritas, sendo que grande parte de suas mazelas, atravessando milênios, continuam vivas no coração de muitos crentes contemporâneos.

Dentre elas, podemos destacar as seguintes:

“mazelas dos fariseus com seus familiares”: em Mateus 15: 4-9 Jesus aponta que os religiosos davam mais importância às suas tradições do que aos seus familiares, anulando assim o mandamento do Senhor. Não é diferente hoje. Quantos jovens, homens e mulheres, estão abandonando seus familiares, “em nome de Deus”, para servirem à tradição dos homens. Há algumas religiões que não dão espaço para seus membros: feriados após feriados, finais de semana após o outro, promovendo encontros e eventos, desgastando suas comunhões familiares, pensando agradar a Deus, não percebendo que agem como os fariseus, desonrando o mandamento do Senhor; mulheres viúvas de maridos vivos; filhos órfãos de pais vivos; não por acaso, muitos perdidos na pornografia e sexualidade, mas sempre mantendo a aparência de santos irrepreensíveis;
“preocupação excessiva com os ritos e cerimônias” - Mateus 15:11 – os fariseus criticaram Jesus e seus discípulos por comerem com as mãos sujas. Preocupavam-se em demsia com os rituais, com a aparência, pois não conheciam a liberdade que Cristo veio lhes proporcionar. Hoje, alguns fariseus não permitem louvar a Deus com as mãos para o alto; não permitem dizer: “obrigado Senhor”, tudo ao seguinte argumento: “é uma orientação de Deus!” Hipócrita, Deus não se importa se a mão está para o alto ou para baixo, se a mão está suja ou se está limpa, se está calçado ou descalço, ele se importa com a pureza e integridade do coração. Não há imoralidade, indecência ou desordem em levantar as mãos a Deus. O fariseu preocupa-se com a aparência e se esquece do coração. “não ore dizendo “obrigado Senhor”, diga “agradeça”. Hipócrita! Não é a palavra, é o coração;
“a hipocrisia”: Mateus 23:25 – Jesus os chamou de hipócritas por diversas vezes. Mas é isso mesmo que são, pois falam uma coisa e fazem outra. Esse é o mal do fariseu; diz: “não somos crentes, somos servos do Senhor”, mas não se sujeita à palavra de Deus. Diz: “somos sérios”, mas faz meninices; diz: “não pregamos sobre dízimos”, mas vigia se seus prosélitos estão dizimando; diz: “temos dons”, mas são pouquíssimos os dons que se cumprem; diz: “nossos pastores não são remunerados”, mas se esquece que Deus manda remunerá-los “I Cor 9:13-14”; prega sobre o amor, mas aplaude seus pastores arrogantes e mal educados e expulsa os mendigos, os bêbados e os oprimidos das portas de suas sinagogas; prega a liberdade, mas escraviza seus fiéis com imposições humanas; às vezes, raramente, diz com orgulho: “nossos pastores são leigos”, mas se esquecem que Deus disse que “daria pastores que apascentariam com inteligência “Jer 3:14; fala de perdão, mas apedreja os que confessam os seus pecados, esquecendo-se do amor, da misericórdia, da justiça e do evangelho; fala de união (corpo), mas o “corpo” é somente a sua instituição, a ponto de se sentirem culpados ou serem disciplinados por visitarem outras denominações e não permitirem a visita de outros pastores em suas reuniões; diz que jejua, mas o faz dormindo; “madruga”, mas o faz por aparência e não consegue ficar uma noite em vigília de oração; diz que é feliz com Jesus, mas vive murmurando, sentindo ódio e rancor no coração.

“o fermento dos fariseus”: “um pouco de fermento leveda toda a massa”. Não basta haver algumas verdades, uma mentira só anula todo o evangelho de Cristo. O farisaísmo hoje prega a Jesus como o único e suficiente salvador, mas prega também que seu sistema é “a obra – filho único” - mentira! Obra, filho único, é Jesus, não um emaranhado de dogmas e doutrinas que destoam a palavra de Deus e confundem corações e mentes fragilizadas. Não é um sistema. Não é um movimento separatista (fariseu); obra filho único é o evangelho de Jesus vivido por milhares de crentes em todo o mundo; “Deus amou o mundo de tal maneira que enviou seu ÚNICO FILHO, para que TODO AQUELE que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Jo 3:16.

“o sectarismo” - Mateus 23:15 – nessa passagem Jesus diz que os fariseus percorriam o mundo para fazerem prosélitos, e não crentes em Deus. Prosélito é aquele que é convertido a um sistema, pensando estar convertido a Deus. Os fariseus pensavam ser os melhores, os filhos únicos, por essa razão queriam que todos os outros homens se convertessem a seu sistema. Não levavam a liberdade, mas a escravidão em cerimônias e rituais confusos, sendo que Deus não é Deus de confusão. “Acautelai-vos deles”.
“perseguições” - Mateus 23: 34. Jesus os culpa por matar os profetas que eram enviados para convertê-los do mau caminho. Hoje, também, o farisaísmo persegue, calunia, difama e destrói a todo o custo àqueles que se levantam para anunciar suas heresias e apostasia; não recebem a correção; sequer ouvem os profetas. Temem ler e ouvir críticas a sua religião; são incentivados e não dar crédito a nada que for contrário à “lei que o seu Moisés os deu”. Muitos, provavelmente, estão lendo este texto com receio de estar fazendo algo errado.

Eu já fui assim. Era exatamente assim que eu agia. Tinha raiva dos que saíam do sistema; desejava o mal para quem não pensava como eu; quando alguém saía, eu pensava: “agora vai adoecer”, “agora o casamento termina”, “coitados dos filhos”, “espero que quebre a cara” e por ai vai. Nunca abençoava. Só amaldiçoava.
Um certo fariseu disse, certa vez, acerca de um que havia saído do sistema: “agora o casamento dele termina”; outro fariseu disse, em outra situação: “Deus já está o amaldiçoando, pois vendeu seu carro e trocou por um outro”. Quanta tolice. Quanta hipocrisia.

Hoje sei que muitos pensam isso a respeito de todos quantos são libertos desse sistema maligno. O fariseu é perigoso.

Sim, o farisaísmo era tão perigoso que Nicodemos e José de Arimateia tiveram um encontro com Jesus, mas não queriam se revelar aos homens por medo de serem mortos pelos fariseus (Jo 19:38-39). Quantos, hoje, também enxergaram a verdade do evangelho, mas não conseguem de desvincular dos fariseus, por medo de serem perseguidos, difamados e caluniados. Muitos! Conheço alguns. Amados, isso não ocorre em lugar algum, apenas no farisaísmo. Você é livre. Jesus te fez livre para adorar. O lugar da adoração não existe. Não é “onde”, é “como”. A adoração deve ser em espírito e em verdade, não naquele ou nesse lugar.

O fariseu é realmente perigoso.

Reflita melhor, amado irmão, pense se você não está fazendo muitas coisas por mera aparência, ou por amor ao seu partido, ou por medo dos fariseus.
O objetivo desse texto, embora confronte muito daquilo que muitos entendem como verdade, não é simplesmente apontar as mazelas desse sistema destruidor de lares e de vidas, mas também exortar a todos a viverem o puro e simples evangelho de Cristo.
O evangelho não consiste em mandamento de homens, mas na graça de Cristo. Consiste em mudança de vida de dentro para fora, não de fora para fora. É uma mudança leve, não pesada. É uma transformação do Espírito, não do sistema religioso. É a conversão de homens pecadores em homens adoradores, não em prosélitos. É a paz de Cristo, não a paz do culto. É o amor a todos os homens, inclusive aos inimigos.

Jesus é a verdade que liberta, liberta inclusive dos partidos sectários. Paulo era “o pior dos fariseus” e teve um encontro com a luz. A luz mostrou que Paulo, na verdade, era cego. Talvez você esteja cego. A luz está brilhando, mas muitos estão resistindo a seu brilho, “recalcitrando contra os aguilhões”. Não resista ao Espírito Santos de Deus. Venha para a verdade e siga o evangelho de Cristo.


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