quinta-feira, 4 de junho de 2015

Pequena análise em Lucas 9: 10-17

SÍNTESE CRISTÃ

Refletindo sobre a Escritura, a fé e a conduta cristã!


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Logo após Jesus ter aplicado um “trabalho de campo” aos seus discípulos, enviando-os para anunciar o Evangelho, através da pregação e da cura de enfermidades (Lucas 9: 1-6), aconteceu a primeira multiplicação dos pães e peixes (Lc 9: 10-17).
O interessante nessa multiplicação foi o fato de, a mesma, ter como objetivo não só a simples alimentação da multidão ou a mera apresentação de poderes por Jesus Cristo. Não foi a experiência do milagre a única proposta da multiplicação, mas sim a prática do discipulado. Aliás, experiências que não geram ação, são experimentalismos vazios. Evangelho é ação!
O Evangelho torna-se efetivo quando o próximo é reconhecido através dos meus atos. Ser discípulo é aprender a agir conforme quer o Mestre, na total dependência e obediência ao Mestre. Por isso mesmo, no ato de comissionar seus discípulos à tarefa de sair e pregar o Evangelho, Jesus ensinou que:
A) É Ele quem convoca (v.1), sendo Deus quem nos chama;
B) É Ele quem nos capacita para o trabalho, concedendo-nos poder, talentos e dons (v.1);
C) É Ele quem nos envia e dá total condição para o cumprimento do serviço (v.2, 3);
D) É nele que devemos colocar nossa confiança e não em nossos próprios recursos (v.3);
E) E, por fim, nós devemos fazer tudo conforme suas ordens e sua Palavra (v. 4-6).
Tendo passado pelo teste prático que implicava sair, ir de encontro, pregar e ter contato com o próximo, uma nova lição viria, a saber, a primeira multiplicação de pães e peixes.
Creio que dois versículos vão demonstrar com mais veemência o que quero dizer nesta análise. Esses são:
“[…] Dai-lhes vós mesmos de comer” (v.13) e, “[…] abençoou e partiu e deu aos seus discípulos para que distribuíssem entre o povo” (v.16).
Eles viram o milagre. Mas, eles puderam participar do milagre. Aí residia o ensinamento. Participar do milagre do Evangelho implica o serviço que enxerga e reconhece o próximo, o outro, o “nós” e não o “eu”. Sair e pregar é fundamental e é parte indiscutível da missão, mas o contato pode definir muita coisa positivamente.
Jesus sabia da condição de seus doze discípulos, assim como sabia também que eles não tinham alimentos suficientes para satisfazer uma multidão. Mas, quando Jesus pede para que eles mesmos dessem ao povo algo para comer, queria testá-los e chamar a atenção dos mesmos (e também a nossa) para a seguinte reflexão:
a) Não temos recurso algum para alimentar todo esse povo. Mas, temos a Palavra. É a partir da Palavra que agimos!
b) Nada podemos fazer se Deus não for conosco e operar um milagre;
c) O alimento que pode saciar o povo, não vem de nós, mas vem de Deus e sua Palavra Santa;
d) Contudo, podemos participar desse milagre, em obediência, distribuindo ao povo aquilo que vem de Deus. Esse é o nosso trabalho e a nossa missão! Fazer a vontade de Cristo é a nossa missão; Eis aí o partir do pão como responsabilidade da Igreja! Fazer a vontade de Cristo revela ao meu próximo quem é Cristo que pregamos! Portanto, palavras com ações são transformadoras.
e) De nossos poucos recursos, Deus ampliou e multiplicou, dando-nos condição de fazer aquilo que Ele pediu e nos comissionou. Portanto, é a partir de Deus que o recurso e a condição para a realização da cada tarefa é dada. Mas, é a partir de nós mesmos que a missão será cumprida.
f) Nossa missão deve ser realizada em meio ao povo, em meio à multidão e não distante deles. Cabe a nós distribuir o alimento que vem de Deus e não deixá-los famintos. É o constante repartir do pão. É a prática da comunhão. Só conhecemos a necessidade do nosso próximo se estamos, de alguma forma, perto dele. Devemos conhecer o contexto de cada um, a necessidade de cada um, o valor de cada um.. Só assim podemos orar com mais efetividade, só assim podemos pregar com mais eficiência… A Palavra de Deus, a mensagem do Evangelho é eficiente em todos os sentidos. Contudo, ela vai brotar melhor e dar mais frutos no campo mais bem preparado. Esse campo bem preparado é o campo onde o cristão genuíno trabalha e se faz presente, sempre perto e nunca longe.
Vale lembrar que, mais tarde, Jesus pergunta:
“Quem diz a multidão que eu sou?” (9:18).
Os discípulos, portanto, passam ao Mestre o relatório bem detalhado sobre a crença, sobre a expectativa e sobre o pensamento da multidão. “E, respondendo eles, disseram: João o Batista; outros, Elias, e outros que um dos antigos profetas ressuscitou” (9:19).
Só podemos conhecer a necessidade, expectativa, crença, e a realidade geral da multidão se estivermos entre a multidão. Como? Em ajuda mútua, evangelismo, ação social, exemplo pessoal, adesão séria, etc. Muitos exemplos!
Ser discípulo é seguir o Mestre em tudo! Ser bom discípulo não implica necessariamente ter os cestos cheios o suficiente para alimentar a todos, mas sim ter o cesto na mão e a real disposição para sair distribuindo o alimento. Ser discípulo é viver do milagre e, principalmente, mostrar o milagre através do exemplo, do afeto, do contato, do relacionamento e da boa influência. É salgar a carne, penetrando em todo lugar. É ser luz num mundo de trevas. É sair, ir de encontro onde o necessitado está. É estender a mão. É conhecer o contexto do outro e olhar para o mesmo com amor, tendo na consciência o amor de Cristo. Jesus Cristo é suficiente e eficiente para salvar e transformar meu próximo e Ele pode fazer isso através de minha própria vida.
Se sou salvo, logo me compadeço do meu próximo. Se compadeço, logo vou de encontro e o sirvo…
Que Deus nos capacite para o bom trabalho!
Gabriel Felipe M. Rocha (30/05/2015)

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